Bloomberg Línea — Depois de um período de grande destaque para empresas de streaming, com as pessoas isoladas por conta da pandemia de covid-19, o movimento de retorno à normalidade tem afetado o setor.
Nesta segunda-feira (14), as ações da Netflix (NFLX) encerraram o pregão com queda de 2,74% na Nasdaq, em Nova York, negociadas a US$ 331 – no menor partamar desde 18 de março de 2020, no início da pandemia de covid.
O valor representa uma queda da ordem de 50% em relação ao fim de outubro de 2021, quando os papéis da companhia alcançaram os US$ 690. Com a baixa desta segunda, as ações NFLX acumulam perdas de 45,06% em 2022 na Nasdaq.
A Netflix teve ganhos significativos ao longo de 2020 e 2021, com os consumidores em casa devido às medidas de isolamento social por conta da pandemia de covid-19. Agora, contudo, em meio às flexibilizações, o entretenimento doméstico tem sido substituído aos poucos para lugares fora de casa, como restaurantes, cinemas etc.
Além da concorrência com outras formas de entretenimento, demais serviços de streaming, como Disney Plus, Amazon Prime, HBO Max têm desafiado a companhia.
Veja também: Netflix decide suspender todos os serviços na Rússia
Cenário desafiador
No quarto trimestre de 2021, a gigante do streaming conquistou 8,28 milhões de clientes, superando as estimativas de Wall Street, mas levando ao crescimento anual mais lento desde 2015.
A empresa culpou uma economia difícil, especialmente na América Latina, bem como as consequências persistentes da pandemia. A Netflix reiterou sua confiança nas perspectivas de longo prazo para o negócio, mas disse que o crescimento “ainda não voltou a acelerar para os níveis pré-Covid”.
Ao divulgar os dados de 2021, a empresa também desanimou o mercado a apresentar um guidance mais fraco para os primeiros três meses de 2022, com estimativa de adicionar apenas 2,5 milhões de assinantes neste trimestre.
Na ocasião, as ações da Netflix chegaram a cair 20%, para US$ 406,12 nas negociações pós-mercado, eliminando cerca de US$ 45 bilhões em valor de mercado.
Também no começo do ano, a companhia elevou o preço de seus pacotes de assinatura mensal nos Estados Unidos em um intervalo de US$ 1 a US$ 2, aumentando sua receita e o dinheiro disponível para gastar em sua grade de produtos. Agora, o plano padrão da empresa custa US$ 15,49 no país, um aumento de US$ 1,50.
Leia mais:
Caos na logística: contêiner deve ficar mais caro com novos lockdowns na China