Bloomberg — A SPX Capital, uma das maiores gestoras de recursos independentes do Brasil, iniciou posição comprada em metais preciosos depois que os Estados Unidos e outros países impuseram sanções financeiras à Russia em resposta à invasão da Ucrânia, incluindo o congelamento das reservas do Banco Central do país.
“Alguns dos eventos são um ‘game changer’ para essa classe de ativos”, disse Ylan Adler, sócio e head de commodities da gestora, que montou a posição nas últimas semanas, especialmente em ouro. “Os bancos centrais deverão aumentar a compra de ativos reais e, se possível, guardá-los em sua custódia, o que dentre outras coisas deveria gerar mais demanda pelo ouro.”
Fundos de índice (ETF) que acompanham o preço do ouro têm atraído fluxo de entrada significativa dado que investidores procuram ativos considerados mais seguros em meio à turbulência geopolítica e com a inflação acelerando. Recentemente, a Legacy Capital disse a clientes que pretendia aumentar sua posição comprada em ouro, que subiu quase 10% desde o início do ano para US$ 1.986 a onça.
A invasão da Ucrânia pela Rússia foi o evento geopolítico global mais relevante desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, segundo a SPX. O trabalho das autoridades monetárias para combater a inflação será ainda mais duro, o sócio Beny Parnes escreveu em carta a cotistas.
Segundo a gestora, as condições monetárias globais não estão calibradas para realidade de rápida recuperação econômica e inflação elevada, especialmente nos mercados de países desenvolvidos, e esse desequilíbrio deve ser corrigido, levando a taxas mais altas.
Um ambiente de inflação global mais elevada e persistente deve levar os juros reais nos países desenvolvidos a permanecer em níveis baixos, “o que também deve beneficiar a demanda” por metais preciosos, disse Adler.
Em ações europeias, SPX aumentou sua exposição ao tema de transição energética e montou posição no setor de defesa. O SPX Nimitz Feeder subiu 3,05% em fevereiro, apoiado por apostas em juros e commodities.
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