Barcelona, Espanha — A agenda macroeconômica de hoje é fraca e o panorama dos mercados carece de notícias positivas. Depois de mostrar um comportamento errático, as bolsas europeias e os futuros de índices norte-americanos se situavam em território positivo, com os investidores aproveitando a manhã para embolsar ações a preços atrativos.
Os contratos sobre os índices S&P 500 e Nasdaq 100 subiam em torno de 1% cada um, após oscilar entre ganhos e perdas pelo menos seis vezes esta manhã. Na Europa, o Stoxx 600 era impulsionado por ações de viagens e de empresas ligadas às commodities. O dólar se dirigia para a maior série de aumentos semanais desde novembro. O petróleo seguia firme na trajetória de alta, enquanto o ouro perdia valor. Os títulos do Tesouro norte-americano oscilam com volatilidade - há pouco perdiam valor nominal, com os prêmios em alta.
😵💫 Volatilidade dá o tom
A volatilidade continua nos mercados globais, com os investidores duvidando entre comprar ações na baixa e esperar o pior para a inflação e as economias com o recrudescimento da guerra na Ucrânia. Enquanto digerem a mensagem de ontem do Banco Central Europeu (BCE), os operadores fazem suas apostas sobre a atitude do Federal Reserve (Fed) na próxima semana. Se as decisões do BCE servirem de guia, os formuladores de política monetária colocarão a luta contra a inflação antes da necessidade de apoiar a recuperação econômica.
🔴 A guerra
Para estar comprado um fim de semana em um contexto tão conturbado, há que ter disposição ao risco. A guerra em curso na Ucrânia se recrudesce e seu impacto sobre os preços das commodities ameaça as economias de todo o globo. Duas cidades na Ucrânia ocidental distantes dos locais dos combates travados até agora foram atingidas por ataques aéreos durante a noite. O Ministério da Defesa da Rússia disse ter destruído os aeródromos de Ivano-Frankivsk e Lutsk através de ataques de longa distância. As autoridades na Ucrânia não confirmaram a extensão dos danos. O prefeito de Kiev informou que quase a metade dos cidadãos da capital fugiu desde que a Rússia começou a atacar a cidade.
🇪🇺 Surpresa “hawkish”
O BCE mostrou mais preocupação com o custo de vida recorde, que piorará com o desenrolar da guerra. Em um contexto incerto, o banco central surpreendeu o mercado ao decidir acelerar a redução das compras de ativos líquidos no segundo trimestre. Desta forma, o BCE abre uma pequena porta à possibilidade de subida dos juros - o mercado já desconta uma elevação entre setembro e outubro deste ano.
🏦 Foco nos juros
O mercado ficará em polvorosa na semana que vem, quando estão agendadas reuniões de política monetária de alguns dos grandes bancos centrais, encabeçado pelo Fed. Espera-se que o Fed suba o custo do dinheiro em 0,25 ponto percentual na quarta-feira, 16 de março. Também teremos decisões sobre juros do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco do Japão (BoJ).
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🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,34%), S&P 500 (-0,43%), Nasdaq (0,95%), Stoxx 600 (-1,69%), Ibovespa (-0,21%)
As bolsas norte-americanas caíram novamente. Embora tenha ficado em linha com a expectativa do mercado, a inflação dos EUA - que subiu de 7,5% em janeiro para 7,9% em fevereiro, a maior alta em quatro décadas -, acende as preocupações sobre o custo de vida. A guerra da Rússia provocou um salto nos preços da commodities que terá impacto ao consumidor. Os mercados também se mantiveram atentos às negociações Rússia-Ucrânia, após conversas que não produziram resultados.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Confiança do Consumidor e Expectativas de Inflação/Mar - Universidade de Michigan
• Europa: Cúpula de Líderes da UE; Alemanha (IPC/Fev); Reino Unido (PIB, Produção Industrial/Jan, Produção do Setor de Construção/Jan, Índice de Serviços, Balança Comercial); Espanha (IPC/Fev)
• América Latina: Brasil (IPCA/Fev); México (Produção Industrial/Jan)
• Bancos centrais: Pesquisa BOE sobre Expectativas de Inflação
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-- Com informações de Bloomberg News