EUA têm 35% de risco de recessão por conta da guerra, diz Goldman

Fundo Monetário Internacional também deve cortar a previsão de crescimento global para este ano devido à guerra na Ucrânia

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Bloomberg — Economistas do Goldman Sachs (GS) alertaram que a probabilidade de uma recessão nos EUA no próximo ano pode chegar a 35%, enquanto reduzem suas projeções de crescimento devido ao impacto dos altos preços do petróleo e outras consequências da guerra no Ucrânia.

Economistas liderados por Jan Hatzius reduziram sua previsão de expansão este ano para 1,75%, de 2,0% anteriormente no quarto trimestre em relação ao quarto trimestre anterior, segundo relatório publicado na noite de quinta-feira (10).

Essa perspectiva os levou a dizer que as chances de uma recessão no próximo ano estão “amplamente alinhadas com as chances de 20% a 35% atualmente implícitas nos modelos baseados na inclinação da curva de juros”.

O rebaixamento ocorre em um momento em que os aumentos dos preços ao consumidor nos EUA aceleraram em fevereiro para uma nova alta de 40 anos com o aumento dos custos de gasolina, alimentos e moradia, e em que a inflação pode acelerar ainda mais após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reafirmou esta semana que o banco central dos EUA está a caminho de aumentar as taxas de juros este mês e iniciar uma série de aumentos para conter a inflação mais alta em décadas, embora tenha dito que a invasão da Ucrânia pela Rússia implica que agirá “com cuidado”.

As novas previsões do Goldman “implicam crescimento subpotencial no primeiro e segundo trimestres de 2022 e crescimento potencial para 2022 em geral”, escreveram os economistas no relatório, acrescentando que o aumento dos preços do petróleo e da agricultura pesará sobre a renda disponível.

O Fundo Monetário Internacional também deve cortar a previsão de crescimento global para este ano devido à guerra na Ucrânia, quando apresentar previsões revisadas antes de suas reuniões de primavera no próximo mês, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nesta quinta.

Em janeiro, o FMI baixou a projeção de 2022 para 4,4%, com a pandemia de Covid-19 entrando em seu terceiro ano, citando perspectivas mais fracas para os EUA e a China, juntamente com a inflação persistente.

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