Bloomberg Línea — A China vem reduzindo sistematicamente suas importações de carne suína do Brasil e no mês passado um recorde, negativo, foi alcançado. As compras chinesas atingiram o menor patamar desde agosto de 2019, totalizando 21,61 mil toneladas, conforme dados do Ministério da Economia.
O volume de carne suína do Brasil importada pela China foi praticamente a metade da importação realizada no mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas ao país asiático 41,62 mil toneladas.
Apesar da queda, a China permanece como principal destino das exportações brasileiras de carne suína. O volume embarcado pelas indústrias brasileiras ao mercado chinês ainda é pouco mais de 31% das 69,7 mil toneladas exportadas em fevereiro. A China já representou metade das vendas externas do Brasil e a menor dependência poderia ser encarada como algo positivo. No entanto, a queda das compras da China tem representado também uma retração nas vendas totais do Brasil. Em comparação a fevereiro de 2021, os embarques do mês passado recuaram 13%.
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“Em um período historicamente mais contido para as exportações de carne suína, os embarques foram em linha com o esperado. Nos próximos meses, a estimativa é que os patamares de embarque aumentem, até mesmo para aliviar os altos e históricos custos de produção enfrentados pelo setor”, ressalta o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin.
Além de sentir os efeitos da demanda menor da China, as indústrias também devem sentir o efeito da retração que a Rússia provocará no mercado. Por conta da guerra com a Ucrânia, os exportadores tendem a reduzir as vendas a partir de março devido às dificuldades em se realizar os pagamentos das compras. O mês de fevereiro foi o melhor do setor desde março de 2019. No mês passado, os embarques para o mercado russo somaram 4,13 mil toneladas, o sentimento do setor é que o ritmo que vinha crescendo mês a mês reduza significativamente sua intensidade a partir de agora.
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“Houve uma notável e esperada desaceleração nos números consolidados deste mês para o mercado chinês, uma vez que as compras para o Ano Novo chinês já haviam sido realizadas em meses anteriores. Entretanto, já há indicativos de retomada das exportações que devem refletir sobre o resultado dos próximos meses”, avalia Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.