Bloomberg — O governo da Suécia quer aumentar os gastos com defesa para cumprir a meta que a aliança de defesa da OTAN estabeleceu para seus membros, já que a maior nação nórdica busca fortalecer sua capacidade de se defender após o ataque da Rússia à Ucrânia.
O país, que atualmente gasta cerca de 1,3% do produto interno bruto em suas forças armadas, quer atingir o patamar de 2% do PIB, segundo a primeira-ministra Magdalena Andersson. A primeira-ministra, que tentou conter a especulação de qualquer candidatura próxima à Organização do Tratado do Atlântico Norte, citou a necessidade de fortalecer a capacidade de defesa devido à invasão da Ucrânia e a uma situação de segurança geralmente piorada.
“A alocação de recursos para defesa deve chegar a 2% do PIB, e devemos atingir esse nível assim que possível”, disse Andersson. “Este é um grande e crucial passo para nosso país”.
A medida, que significaria acelerar o plano já ambicioso de um aumento de 85% nos gastos com defesa entre 2014 e 2025, reflete os desdobramentos em outras partes da Europa. O chanceler alemão Olaf Scholz anunciou no mês passado planos para um grande aumento nos gastos com defesa em uma histórica mudança política, ao passo que o país vizinho, a Dinamarca, também visa atingir a meta da OTAN até 2033.
A empresa sueca Saab subia até 9%, liderando um aumento nas ações dos setores de defesa europeus após o anúncio. As ações da empresa já subiram mais de 50% desde o ataque da Rússia ao seu país vizinho.
O governo de Andersson enfrenta uma pressão cada vez maior da oposição que defende a adesão à OTAN, bem como do público, e pesquisas recentes mostraram uma pluralidade a favor da adesão à OTAN.
A Dinamarca, membro fundador da OTAN, também busca aumentar gradualmente os gastos militares até atingir a meta de 2% em 2033. Como parte do acordo entre seu governo e partidos da oposição realizado no último domingo (6), o país realizará um referendo sobre a adesão ao pacto de defesa da União Europeia.
A Suécia aumentou a cooperação com seu vizinho oriental, a Finlândia, cuja fronteira com a Rússia é a mais longa da União Europeia, e está passando por um aumento semelhante no apoio público à entrada da OTAN após o ataque da Rússia. O governo da Finlândia prometeu reavaliar as políticas de segurança, mas afirmou que não há pressa para a mudança.
Andersson disse que o aumento nos gastos também significa que “mais jovens terão que estar preparados para prestar o serviço militar e contribuir para a defesa militar”.
“Veremos mais a defesa da Suécia nos próximos anos, de norte a sul, em todo o país”, disse Andersson. “Juntos, construiremos a resiliência da Suécia”.
--Com a colaboração de Jonas Ekblom e Zoe Schneeweiss.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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