Semana de forte volatilidade para o petróleo continua após queda brusca dos preços

Preços do petróleo se recuperavam após a maior queda de um dia em mais de três meses

Campo petrolero
Por Elizabeth Low
10 de Março, 2022 | 07:36 AM

Bloomberg — Os preços do petróleo se recuperavam após a maior queda de um dia em mais de três meses, enquanto as consequências da invasão russa da Ucrânia continuam a abalar o que um analista chamou de mercado “em pânico”.

Os contratos futuros em Nova York subiam perto de US$ 111 o barril na quinta-feira (10), depois de caírem 12% na sessão anterior, o primeiro grande tropeço para o mercado de petróleo desde o início da guerra, há duas semanas. O petróleo Brent de referência global, que foi negociado entre US$ 139 e US$ 105 até agora esta semana, também subia.

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O petróleo caiu na quarta-feira depois que os Emirados Árabes Unidos pediram à Opep+ que aumentasse a produção mais rapidamente, embora o ministro da Energia do país tenha moderado essa mensagem algumas horas depois. O cartel, que tem a Rússia como um membro-chave, resistiu aos apelos dos consumidores para aumentar a oferta, argumentando que o aumento nos preços é impulsionado por tensões geopolíticas e não por falta de oferta.

“A Opep+ terá que passar por muitos obstáculos para concordar em se desviar de seu roteiro atual”, disse Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, com sede em Cingapura, descrevendo o mercado como “em pânico”.

O petróleo subiu no início desta semana para o nível mais alto desde 2008, em parte devido a temores de que a perda de fluxos russos possa esticar um mercado já apertado. Os preços também subiram à medida que os EUA proibiram as importações, que, se seguidas por outras nações ocidentais, podem atingir US$ 240 o barril neste verão, segundo a Rystad Energy. Ainda assim, os chefes da Opep e da Chevron Corp. disseram que não há escassez de petróleo, enquanto o Iraque insistiu que não há necessidade de aumentar a produção mais do que o planejado.

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A invasão da Ucrânia está reverberando nos mercados globais e aumentando a pressão inflacionária sobre os governos que estão tentando incentivar o crescimento após a pandemia. Tudo, de trigo a metais e gás natural, está subindo, com os preços da gasolina no varejo nos EUA saltando para um recorde nesta semana.

Preços do petróleo

O West Texas Intermediate para abril subia 2%, para US$ 110,86 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York às 6h26, horário de Brasília, depois de cair 1,6% mais cedo.

O Brent para liquidação de maio avançava 3,1%, para US$ 114,60 na bolsa ICE Futures Europe, depois de cair 13% na quarta-feira.

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O Brent permanece em uma estrutura de retrocesso profundo, onde os contratos com datas próximas são mais caros do que os datados posteriores, indicando nervosismo sobre a oferta apertada. O spread imediato do benchmark global foi de US$ 4,52 por barril, em comparação com US$ 1,39 no início do mês passado.

Separadamente, os estoques de petróleo dos EUA caíram 1,86 milhão de barris na semana passada, enquanto os estoques de destilados - uma categoria que inclui diesel - encolheram pela oitava semana para o nível mais baixo desde 2014, segundo a Energy Information Administration. Os estoques de petróleo de Cushing caíram pela nona semana.