Bloomberg — O ouro ampliou as perdas após registrar a maior queda em 14 meses, seguindo indicações de que a Ucrânia está pronta para uma solução diplomática com a Rússia.
O ouro vem reduzindo alguns de seus ganhos este ano, pois os preços das commodities entraram em queda após comentários de um importante assessor de política externa do presidente Volodymyr Zelenskiy na quarta-feira (9). Segundo ele, a Ucrânia está disposta a discutir a demanda por neutralidade da Rússia, desde que receba garantias de segurança – mas não entregará “um único” centímetro de seu território.
Os ministros das Relações Exteriores dos dois países se reunirão na Turquia nesta quinta-feira (10).
O metal precioso, juntamente com várias outras commodities, como petróleo e trigo, despencaram de altas recentes, embora as preocupações sobre a ameaça de um choque inflacionário para a economia global persistam, assim como o Federal Reserve se prepara para aumentar as taxas de juros. Os dados de inflação dos Estados Unidos divulgados na quinta-feira oferecerão o indicador mais recente das pressões de preços antes da reunião do banco central na próxima semana.
“Os investidores continuarão comprando ouro como hedge de inflação”, escreveu em nota Georgette Boele, estrategista-sênior de metais preciosos do ABN Amro Bank. “Mas, como o Fed continuará aumentando as taxas e também esperamos um dólar mais alto, as fortunas do ouro serão positivas principalmente em relação a outras moedas que não o dólar”.
O credor holandês espera que os preços do ouro cheguem US$ 2 mil a onça no final de 2022 e em 2023.
O ouro à vista caiu 0,5%, chegando a US$ 1.980,99 a onça às 9h51 em Londres (6h51 de Brasília), depois de cair 2,9% na quarta-feira, sendo a maior queda desde janeiro de 2021. Os preços atingiram US$ 2.070,44 na terça-feira (8), apenas US$ 5 abaixo da alta histórica alcançada em agosto de 2020. The Bloomberg Dollar Spot Index subiu 0,1% após cair 0,9% na sessão anterior.
O paládio, a prata e a platina também apresentaram quedas.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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