O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a política de paridade de preços adotada pela Petrobras (PETR4) e disse que vai rediscuti-la, se for eleito para um novo mandato.
“A gente tem que dizer. Se a gente ganhar, não vai ter garimpo na terra indígena. Se ganhar, vai rediscutir o papel da Petrobras”, afirmou o ex-presidente em um discurso para mulheres militantes de partidos de esquerda e movimentos sociais, em São Paulo.
Nesta quinta (10), a Petrobras anunciou reajuste de 18,7% para gasolina e de 24,9% para diesel. O GLP (gás liquefeito de petróleo) será aumentado em 16%. Pela manhã, em uma entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, o ex-presidente já havia criticado a proposta que abre as terras indígenas à mineração, que teve a tramitação acelerada ontem.
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No discurso, o líder nas pesquisas eleitorais voltou a criticar as gestões da empresa, que segundo ele deixaram de investir em refino para privilegiar 400 empresas que importam combustíveis no Brasil atualmente, embora o país exporte óleo bruto.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que também participou do evento em um hotel na região central de São Paulo, tachou o reajuste de hoje como “criminoso”.
“Nós nunca tivemos paridade internacional, faz seis anos que isso foi aplicado no Brasil pelo Temer. Eles dolarizaram, pegam o preço de Amsterdã e enfiam aqui”, disse Gleisi.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE: A Petrobras virou tema novamente da campanha eleitoral deste ano. De um lado, há investidores preocupados com a possibilidade de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na estatal. De outro, parte da base do presidente no Congresso pressiona para alguma saída que reduza o preço do combustível na bomba.
Segundo a Bloomberg revelou, o conselho de administração da Petrobras pressionou a administração da companhia por não reajustar os preços dos combustíveis mesmo com a alta do petróleo. Em fevereiro, membros do conselho solicitaram explicações da área de comercialização da empresa sobre o motivo do não aumento dos preços, disseram as fontes à Bloomberg.
PARIDADE DE GÊNERO: Falando para um público basicamente composto de militantes feministas, Lula elogiou a reforma política feita no México, que estabeleceu um sistema que garantiu mais da metade da representação do Congresso às mulheres.
Pelo sistema mexicano, o voto para congresso é feito em lista e pelo sistema de distritos.
“No México, as mulheres representam 52% do Congresso. Para esta paridade chegar ao Brasil, o caminho seria uma reforma política que na lista já tenha paridade homem e mulher”, disse Lula.
Na crítica, Lula lamentou a configuração dos partidos políticos no país: “Não tem mais partido no Brasil, são cooperativas de políticos que se juntam em torno de um fundo eleitoral.”
Iniciativas que pretendem estabelecer cotas de assentos no Congresso não costumam prosperar em Brasília. Proposta recente de destinar 20% dos assentos a mulheres foi derrotada durante a tramitação.
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