Petróleo oscila com enorme volatilidade após proibições de importação da Rússia

Commodities sofrem as consequências após nações intensificarem esforços para prejudicar a economia russa

O West Texas Intermediate para entrega em abril caía 1,2%, para US$ 122,26 o barril às 6h24 em Londres
Por Elizabeth Low e Alex Longley
09 de Março, 2022 | 08:07 AM

Bloomberg — Os contratos futuros de petróleo dos EUA fizeram uma pausa depois de subir para US$ 127 o barril após o presidente do país, Joe Biden, anunciar que irá proibir a importação de petróleo russo, intensificando os esforços para prejudicar a economia da Rússia, o que pressionará ainda mais os mercados globais de energia.

O West Texas Intermediate (WTI) registrou grandes oscilações intradiárias nos últimos dias, à medida que a invasão da Ucrânia pela Rússia ameaça um grande choque de oferta global. Na quarta-feira (9), os mercados de ações estavam em alta, enquanto o petróleo e o gás caíam, revertendo alguns dos principais negócios vistos desde o início da guerra.

O Reino Unido disse que também eliminará gradualmente as importações de petróleo russo até o final do ano, e a Shell e a BP estão interrompendo novas compras. No entanto, outras nações europeias relutam em se comprometer com ações semelhantes. A Agência Internacional de Energia disse que uma liberação de estoque anunciada recentemente chegará a quase 63 milhões de barris de petróleo e produtos, mas pouco fez para esfriar os preços.

Já existem sinais crescentes de estresse nos mercados de combustível. Na Europa, os traders estão pagando prêmios sem precedentes para garantir o fornecimento de diesel no curto prazo, já que os futuros ultrapassam o equivalente a US$ 200 o barril.

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A Rússia é um membro-chave da aliança Opep+ e um grande produtor de petróleo e derivados, como o diesel. As sanções crescentes sobre o país estão provocando temores de oferta, com os preços dos combustíveis após a alta do petróleo. Os preços da gasolina americana subiram para um recorde na segunda-feira, aumentando o efeito para os consumidores.

As importações de petróleo da Rússia representaram cerca de 3% de todos os embarques de petróleo que chegaram aos EUA no ano passado. Quando outros produtos petrolíferos são incluídos, como óleo combustível inacabado, a Rússia respondeu por cerca de 8% das importações de petróleo. Uma votação planejada na Câmara sobre a legislação para proibir as importações foi adiada, mesmo com Biden avançando com a ação executiva em meio à crescente pressão política para fazê-lo.

“A volatilidade extrema continua na maioria dos mercados de commodities”, disse Keshav Lohiya, fundador da consultora Oilytics. “O mercado está aguardando o efeito dominó da Europa continental anunciando uma proibição, no entanto, com as principais petrolíferas anunciando que não tocarão no petróleo russo, já existe uma proibição de fato.”

Preços do petróleo

  • O West Texas Intermediate para entrega em abril caía 1,2%, para US$ 122,26 o barril às 6h24 em Londres.
  • O Brent para liquidação de maio recuava 0,9%, para US$ 126,80.

Shell e BP disseram que não farão novas compras de petróleo e gás russos, mas não poderão se desvencilhar imediatamente do país, em parte devido a contratos de longo prazo. É uma reviravolta dramática para a Shell, que enfrentou fortes críticas por sua compra de petróleo russo na semana passada.

Separadamente, o American Petroleum Institute informou que os estoques de petróleo dos EUA aumentaram 2,81 milhões de barris na semana passada, enquanto os estoques em Cushing caíram, segundo pessoas familiarizadas com os dados. Os números da Energy Information Administration devem ser divulgados ainda nesta quarta-feira.

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