Ouro ronda máxima de 19 meses com busca por ativos de segurança

Investidores buscam uma proteção contra a ameaça de um choque inflacionário para a economia global

O ouro à vista caía até 2,3% em Londres, voltando para US$ 2.000 a onça perto das 6h04, horário de Brasília
Por Ranjeetha Pakiam e Eddie Spence
09 de Março, 2022 | 08:17 AM

Bloomberg — O ouro saiu brevemente de uma máxima de 19 meses com a melhora do sentimento de risco, apesar das preocupações contínuas de que as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia vão alimentar ainda mais a inflação e prejudicar as economias.

As ações europeias e os futuros dos EUA subiam nesta quarta-feira (9), um dia após o S&P 500 cair para a mínima de nove meses, com preocupações de que os preços da energia possam estender a alta. Os rendimentos de referência do Tesouro americano também subiram à medida que os portos recuaram, pressionando o ouro à vista.

  • O ouro à vista caía até 2,3% em Londres, voltando para US$ 2.000 a onça perto das 6h04, horário de Brasília

O metal ainda está em alta de cerca de 10% este ano, já que os investidores buscam uma proteção contra a ameaça de um choque inflacionário para a economia global. As participações em fundos negociados em bolsa lastreados em ouro atingiram o nível mais alto desde março de 2021, com entradas de cerca de 152 toneladas este ano, de acordo com dados iniciais compilados pela Bloomberg.

O impacto da guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia repercutiram em todo o mundo, elevando as commodities em relação aos problemas de abastecimento. A última medida dos EUA de proibir o petróleo russo e do Reino Unido de eliminar gradualmente as importações de petróleo russo até o final do ano alimentou mais temores de estagflação, onde os preços sobem enquanto o crescimento econômico vacila.

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“A proibição do petróleo russo pelos EUA está causando mais nervosismo na inflação”, disse Howie Lee, economista da Oversea-Chinese Banking Corp. Com esta proibição, espera-se facilmente que o petróleo seja negociado a novos recordes. Por essa correlação, não é difícil ver por que o ouro também pode estar sendo negociado em um novo recorde em breve”.

Outros metais sobem

O paládio caiu 3,9% em negociações voláteis contínuas. Os preços subiram para um recorde nesta semana devido a preocupações com possíveis interrupções no fornecimento da Rússia, que responde por cerca de 40% de toda a produção extraída. Prata e platina foram negociadas perto das máximas de junho.

Em metais básicos, a maioria dos contratos caiu na London Metal Exchange, com o cobre perdendo 0,9%, para US$ 10.122 a tonelada. Os preços do níquel saltaram antes do limite da bolsa em Xangai, na sequência de movimentos sem precedentes e uma suspensão de negociação na LME após um pequeno aperto.

--Com a colaboração de Swansy Afonso

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