Bloomberg — A Microsoft (MSFT) começou a convocar seus funcionários para voltarem aos escritórios nas últimas semanas, mas sua estratégia para o retorno presencial depende do trabalho híbrido.
De Wall Street ao Vale do Silício, as empresas vêm fazendo uma transição confusa para o local de trabalho depois de um hiato de dois anos durante a pandemia. A Microsoft tem uma perspectiva muito particular, já que vende ferramentas de chamada de vídeo e compete com o Zoom (ZM) e a Cisco (CSCO). Mesmo quando os funcionários estão de volta ao escritório, os chefes da empresa focam naqueles que trabalham de casa.
“É contra-intuitivo”, afirmou Jared Spataro, vice-presidente corporativo de Modern Work da Microsoft, em entrevista. “Você precisa projetar seu espaço físico para as pessoas que não estão lá.”
O retorno da Microsoft ao escritório está entre os muitos que foram adiados nos últimos meses, pois as empresas lidaram com as altas taxas de infecção por covid e uma batalha legal sobre os passaportes de vacinas nos Estados Unidos que acabou na Suprema Corte. O recente aumento dos preços do gás também tem atrasado a volta aos escritórios, mas muitos CEOs e líderes, como o prefeito de Nova York, Eric Adams, estão ansiosos para ver os trabalhadores de volta às suas bancadas.
Para a Microsoft, a diretriz é que escalas com mais de 50% do quadro de funcionários trabalhando remotamente devem ser aprovadas pelos gestores.
No The Hive, um centro de testes a poucos quilômetros do campus de Redmond, em Washington, engenheiros movem suas cadeiras de rodinhas para frente e para trás e mudam os ângulos das câmeras para capturar o ambiente ideal de teleconferência. Os funcionários posam como participantes remotos, fornecendo feedback imediato. Réplicas de papelão em tamanho real da sala do CEO Satya Nadella são usadas para reuniões importantes.
O que eles descobriram é que pequenos ajustes podem melhorar muito a experiência, tornando as chamadas diárias menos chatas. A mesa de conferência típica, por exemplo, foi redesenhada para um triângulo apontado para longe das telas, ou um semicírculo voltado para a tela, no estilo do que existe na ONU. Ambas as configurações tentam resolver um grande problema das salas de conferência padrão: os presentes não ficam totalmente de frente para a câmera, e os participantes presenciais precisam trocar de lugar uns com os outros.
Essas mudanças podem ajudar o software Teams, da Microsoft, a ter uma vantagem sobre seus rivais. As estimativas de receita para softwares de conferência colocaram a Microsoft em segundo lugar, atrás do Zoom, no primeiro semestre de 2021, e na frente do Webex, da Cisco, de acordo com uma pesquisa do IDC. No que diz respeito a aplicativos de colaboração, durante o mesmo período, o Microsoft Teams detinha 25% da participação de mercado, ante 18% do Slack, da Salesforce (CRM), e na dianteira do Trello e do Confluence, da Atlassian (TEAM), e do Smartsheet, ambos com 7%.
--Com a colaboração de Matthew Boyle e Dina Bass.
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