Barcelona, Espanha — Após quatro dias de queda, as posições de compra ganhavam a predileção dos investidores das bolsas europeias e de futuros de índices norte-americanos. Alguns operadores avaliam que o impacto da escalada das sanções à Rússia já foi incorporado aos preços.
Os contratos do S&P 500 e do Nasdaq 100 que expiram no final deste mês subiam menos 1,6% cada um, depois que as ações americanas caíram para um mínimo de nove meses na terça-feira. Na Europa, bancos e montadoras, que foram os setores mais afetados nas últimas sessões, impulsionaram o Stoxx 600.
Os preços do petróleo davam uma pausa no seu rali, mas a volatilidade ainda dita o caminho - no começo do dia, chegaram a subir. Os preços do ouro há pouco retrocediam, enquanto os investidores pediam prêmios mais altos para carregar os títulos soberanos. O dólar se enfraquecia pela primeira vez em cinco dias.
🤷🏻♀️ Modo risco On ou Off?
Ao longo da jornada de hoje, os mercados terão de decidir entre aproveitar as pechinchas ou se resguardar. Se por um lado o mantra “comprar na baixa” soa tentador, por outro a guerra e escalada dos preços do petróleo conformam um cenário que pede cautela.
Os investidores estão se preparando para um choque de inflação global em decorrência do saldo nos preços das commodities. As interrupções no fornecimento ameaçam iniciar um período de crescimento global mais lento.
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🛢️ Para o alto e além
Embora tenha invertido o sinal nas operações de hoje, a cotação do petróleo continua nas alturas. Esta manhã, o barril do petróleo tipo Brent chegou a superar os US$ 130 nesta manhã, enquanto o WTI se aproximou dos US$ 126 - há pouco era cotado a US$ 120.
Ontem, o presidente americano Joe Biden desferiu um novo golpe à Rússia. Os EUA proibiram as importações de combustíveis fósseis russos, incluindo petróleo. Com isso, se intensificam os esforços ocidentais para cercar a economia russa, mas também aumentam as pressões sobre os mercados globais de combustíveis.
😮💨 Difícil missão
Os bancos centrais estão numa sinuca de bico. Se já foi difícil tomar a decisão de elevar os juros para controlar a inflação de demanda - como no caso do Federal Reserve (Fed), que deve começar este mês a elevar o custo do dinheiro - agora, com a pressão inflacionária vinda das commodities, as manobras ficaram ainda mais difíceis. Os bancos centrais terão de dosar muito bem o aperto monetário, de modo que não prejudique a expansão econômica.
✳️ Grande expectativa
Os próximos dias darão pistas sobre como os bancos centrais planejam abordar o problema: o Banco Central Europeu anunciará sua decisão sobre as taxas de juros amanhã, seguido pelo Federal Reserve e pelo Bank of England na próxima semana. Além disso, amanhã sai um dado macroeconômico de grande relevância: a inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que se encontra no maior nível desde 1982.
🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,56%), S&P 500 (-0,72%), Nasdaq (-0,28%), Stoxx 600 (-0,51%), Ibovespa (-0,35%)
Em uma sessão marcada pela volatilidade, os principais índices norte-americanos fecharam novamente com perdas, após registrarem na segunda-feira a pior sessão até agora neste ano. Apesar dos ganhos em alguns momentos do dia, os índices acionários sucumbiram à preocupação com a guerra na Ucrânia. Durante o dia, o governo americano anunciou o embargo do petróleo e gás da Rússia, intensificando as sanções contra aquele país após sua invasão.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Ofertas de Emprego JOLTs/Jan; Pedidos e Juros de Hipotecas MBA; Estoques de Petróleo Bruto; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA/Semanal; Produção e Estoques de Gasolina
• Europa: Itália (Produção Industrial/Jan)
• Ásia: Japão (Encomendas de Ferramenta Mecânica, PIB/4T21, Massa Monetária M2, Oferta Monetária M3); China (IPC/Fev)
• América Latina: Brasil (Produção Industrial/Jan; Fluxo Cambial Estrangeiro); México (IPC/Fev); Argentina (Produção Industrial/Jan)
📌 E para amanhã:
• EUA: IPC/Fev, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego; Rendimento Real/Fev, Estoques de Gás Natural
• Europa: Cúpula de Líderes da UE; Alemanha (Saldo das Transações Correntes/Jan); Itália (IPP/Jan)
• Ásia: Japão (Gastos Domésticos/Jan, Índice BSI de Confiança dos Grandes Fabricantes)
• América Latina: Brasil (Vendas no Varejo/Jan);
• Bancos centrais: Decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre juros
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-- Com informações de Bloomberg News