Dólar amplia baixa e vai a R$ 4,99 em dia de recuperação externa

Na contramão, os recuos dos papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) e (PETR3) impedem altas mais firmes do Ibovespa

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Bloomberg Línea — O dólar voltou a ser negociado abaixo de R$ 5 nesta quarta-feira no embalo da recuperação internacional de ativos de risco em geral. A moeda americana era negociada a R$ 4,9928 perto das 12h50 (horário de Brasília), com baixa de 1,4%.

O principal índice da bolsa brasileira (IBOV) segue em forte alta, absorvendo o bom humor das bolsas europeias e os mercados americanos de ações. Na contramão, os recuos dos papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) e (PETR3) impedem altas mais firmes do Ibovespa.

Os preços do petróleo interromperam um rali impulsionado pela proibição do presidente Joe Biden às importações de combustíveis fósseis da Rússia. Os títulos do Tesouro caíram e o dólar enfraqueceu pela primeira vez em cinco dias, à medida que a demanda por ativos seguros diminui.

Os investidores estão se preparando para um choque de inflação global a partir de uma alta nos preços das commodities alimentada pelo isolamento da Rússia, mesmo quando as interrupções na oferta ameaçam inaugurar um período de crescimento global mais lento. Os próximos dias lhes darão pistas sobre como os bancos centrais planejam resolver o problema: o Banco Central Europeu anunciará sua decisão sobre a taxa na quinta-feira, seguido pelo Federal Reserve e pelo Banco da Inglaterra na próxima semana.

Contexto

Por aqui, os investidores ainda digerem o resultado da produção industrial de janeiro, divulgada na manhã de hoje. Conforme o IBGE, houve um recuo 2,4% na comparação mensal, eliminando parte do avanço de 2,9% registrado em dezembro de 2021. Com isso, a indústria se encontra 3,5% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020, e 19,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Veja mais: Produção industrial recua 2,4% em janeiro, abaixo do patamar pré-pandemia

O Instituto destaca que a indústria vem sendo afetada pela desarticulação das cadeias produtivas por conta da pandemia, com encarecimento dos custos de produção e dificuldade para obtenção de insumos e matéria-prima.

O mercado doméstico também acompanha de perto as movimentações do governo na tentativa de segurar a alta dos preços dos combustíveis. Conforme agências de notícias, o Planalto estuda um subsídio temporário para impedir um avanço descontrolado.

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