Bloomberg — A Europa se apressa para encontrar alternativas ao gás russo. A troca se tornou mais urgente uma vez que Moscou ameaça cortar o fornecimento através do gasoduto Nord Stream 1.
A União Europeia acredita que pode reduzir as necessidades de importação da Rússia em quase 80% este ano acessando novos suprimentos, aumentando a eficiência energética e usando mais energias renováveis. Mas fazer isso não será fácil.
A região comprou mais de 150 bilhões de metros cúbicos de gás russo no ano passado — cerca de um terço de suas necessidades — e será difícil substituir a maior parte desse volume no curto prazo. Mesmo com o gás russo ainda fluindo, os preços dispararam na Europa e equivalem a aproximadamente US$ 400 por barril de petróleo.
Estas são as alternativas da Europa ao gás russo:
Abastecimento por gasodutos
A produção na própria UE e o produto importado via gasodutos de países como Noruega e Azerbaijão podem somar até 10 bilhões de metros cúbicos no próximo ano, segundo a Agência Internacional de Energia.
Mas os volumes europeus só podem se expandir até certo ponto. Autoridades norueguesas disseram que o país já está extraindo no limite da capacidade. No Reino Unido, a operação dos campos também está sobrecarregada após a aceleração da produção no segundo semestre do ano passado.
Buscar mais longe
O Azerbaijão pretende aumentar os embarques para a Europa em cerca de 11% para 9,1 bilhões de metros cúbicos este ano e 11 bilhões em 2023, disse um funcionário do Ministério da Energia ao jornal Asia Times. A Espanha informou que a Argélia também está pronta para enviar mais gás se necessário e a operadora da rede de gás espanhola comunicou que trabalha com a Argélia na expansão planejada da capacidade do gasoduto Medgaz de 8 bilhões para 10,7 bilhões de metros cúbicos por ano.
No entanto, a maioria das exportações do Azerbaijão já está comprometida em contratos de longo prazo e esses planos podem enfrentar obstáculos.
Opções de GNL
A Agência Internacional de Energia entende que a UE tem maior potencial para aumentar as importações de gás natural liquefeito, já que tem capacidade de regasificação ociosa. O bloco afirma que até 50 bilhões de metros cúbicos por ano virão de novas fontes de GNL. EUA, Oriente Médio e Norte da África já enviam suprimentos.
No entanto, a maioria das exportações do Catar já está vinculada a contratos de longo prazo. Desviar as vendas exigiria que os importadores da UE entrassem em acordo com as partes compradoras desses contratos, que podem preferir continuar recebendo as cargas. Para obter as cargas, a UE precisaria competir com outras regiões, incluindo a Ásia, e o produto seria entregue onde o preço é mais alto.
Os EUA figuram como principal fornecedor de GNL para a Europa desde o início do ano e suas unidades de exportação já operam a todo vapor. Os projetos para expansão de capacidade nos EUA não preencherão imediatamente a oferta deficiente.
“Para os países europeus que desejam alternativas ao gás russo, os EUA são lugar óbvio para encontrar fornecedores”, afirmou a consultoria Wood Mackenzie em relatório. Mas os americanos só darão uma “contribuição significativa” em alguns anos, acrescentou.
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