Bloomberg Línea — Os preços do trigo iniciaram a semana em alta diante da ameaça de estar na lista de produtos banidos de serem importados nos Estados Unidos e na Europa. Os contratos com vencimento em maio operavam há pouco (12h57 de Brasília) com ganhos de 7%, cotados a US$ 12,94 por bushel, no limite de alta estabelecido pela bolsa. Os vencimentos mais longos também subiam durante o início dos negócios em Chicago, sinalizando que a perspectiva de efeitos da medida poderia ser de médio a longo prazo.
A estratégia de banir o trigo russo das importações estaria em linha com as discussões iniciadas na semana passada, quando autoridades americanas passaram a cogitar a suspensão de petróleo e gás da Rússia como medida de retaliação à invasão da Ucrânia. Para alguns analistas, o trigo poderia entrar na lista de produtos banidos, uma vez que a Rússia é a maior exportadora mundial do cereal.
Para os americanos, proibir a importação de trigo da Rússia teria um impacto mínimo ou quase nulo. Isso porque, os Estados Unidos são grandes produtores e estão entre os cinco maiores exportadores mundiais do cereal. Mesmo para a União Europeia, ficar sem o trigo russo seria muito menos crítico do que deixar de importar petróleo e gás. Entre os operadores, no entanto, há o sentimento que, caso a medida seja adotada pelos Estados Unidos, outros países poderiam adotar a mesma estratégia, o que poderia reduzir ainda mais a disponibilidade de trigo a ser comercializado no mercado.
No caso da soja, os preços iniciaram a semana relativamente estáveis, cotados a US$ 16,59 por bushel, com modesta queda de 0,06% em Chicago. Durante a madrugada, as cotações chegaram a subir um pouco mais, puxadas pela valorização do petróleo. A alta do combustível fóssil poderia puxar também os preços do biodiesel, que tem na soja uma importante matéria-prima. Na mesma linha da soja, os preços do milho operavam em queda nesta segunda-feira, com os contratos para maio cotados a US$ 7,37 por bushel, em queda de 2,19%, em um movimento de realização de lucros por parte do mercado.
Leia também
Ucrânia e Rússia terão nova rodada de negociações
Crise de fertilizantes gera pressão por mineração na Amazônia