Ômicron freia turismo em São Paulo no início de 2022, aponta indicador

Índice Mensal da Atividade do Turismo na capital paulista caiu 6,8% em janeiro, segundo a FecomercioSP

Mirante do Sesc Paulista, uma das atrações mais visitadas pelos turistas na capital
07 de Março, 2022 | 05:56 PM

São Paulo — A variante ômicron fez a cidade de São Paulo interromper no começo de 2022 uma sequência de oito meses de recuperação do setor turístico. O Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT) caiu 6,8% em janeiro, segundo o levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a ser divulgado na próxima quarta-feira (9) e antecipado hoje pela Bloomberg Línea.

O indicador do Conselho de Turismo (CT), da FecomercioSP, realizado em parceria com a SPTuris, é um número-índice. No primeiro mês do ano, ele voltou a 80, após os 85,9 registrados em dezembro. Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a cidade enfrentava o início da segunda onda da pandemia do coronavírus, houve um crescimento de 36,6%.

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  • A taxa média de ocupação hoteleira foi a que mais influenciou o desempenho negativo no mês: de 58,9% em dezembro para 48,7% em janeiro. Em comparação a janeiro de 2021, houve alta de 17,3 pontos percentuais - a taxa era de 31,4% no período.
  • O faturamento das empresas do setor também registrou baixa, de 15,4% na comparação com dezembro. O índice está em 75,1, 25% abaixo do período pré-pandemia. Em relação a janeiro de 2021, a alta do faturamento foi de 78%, em razão da base fragilizada e das limitações dos setores no início do ano passado.
  • A movimentação nos aeroportos teve diminuição de 4,9% em janeiro em relação a dezembro, devido à redução da oferta e do cancelamento de voos por falta de tripulação, além dos cancelamentos efetuados pelos passageiros, segundo a FecomercioSP
  • Apesar disso, a movimentação nas rodoviárias cresceu 9,5%: 1,2 milhão de passageiros, 105 mil a mais que dezembro, passaram pelos terminais da capital paulista. Ao comparar o resultado de janeiro com o mesmo período de 2020, a alta registrava na movimentação de passageiros pelos terminais rodoviários foi de 43%
  • Outro componente do IMAT é o nível de emprego. Houve uma queda de 0,3% em janeiro, voltando a ficar abaixo dos 400 mil trabalhadores ligados ao turismo na capital paulista. Apesar do desempenho desfavorável, o atual patamar está praticamente igual ao de janeiro de 2020

Apesar de a ômicron ter afetado a economia em janeiro (e até mesmo em fevereiro), superando o auge de casos e internações, a rotina foi gradualmente retomada, bem como a confiança de empresários e consumidores, segundo avaliação da FecomercioSP. Assim, apesar do temor quanto a cancelamos no primeiro trimestre, os eventos e as viagens devem ocorrer de forma cada vez mais intensa, segundo a federação.

Veja mais: Turismo só deve superar freio da ômicron na primavera, diz CNC

Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, com base na observação dos dados sobre a pandemia em outros países, é possível que esta esteja, de fato, arrefecendo, com perspectiva de movimentos com menos oscilações nos resultados relativos a fevereiro.

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“Estratégias de diversificação da demanda, incluindo mais alternativas para o turismo de lazer e construindo novas opções para o turismo de negócios, podem trazer melhores resultados. Naturalmente, é fundamental que o otimismo não impeça o planejamento para efeitos negativos vinculados à inflação e à redução do poder de compra dos consumidores”, avalia Aldrigui.

Metodologia

O IMAT é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, assim como dos passageiros das rodoviárias, a taxa média de ocupação hoteleira da cidade, o faturamento do setor do turismo na capital e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo.

O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência de dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.