Petróleo Brent sobe 18% e bate US$ 139 com temores sobre embargo russo

Traders, transportadores, seguradoras e bancos estão cada vez mais cautelosos em assumir ou financiar compras de barris russos

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Bloomberg — O petróleo ultrapassou US$ 135 o barril no início do que deve ser uma outra semana tempestuosa depois que a Casa Branca disse que estava discutindo um embargo aos suprimentos russos em uma medida que deve alimentar os temores de oferta em um país já nervoso mercado.

O Brent saltou até 18%, para US$ 139,13 no início dos negócios nesta segunda, somando a um aumento de 21% da semana passada, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou temores de uma brutal crise de oferta.

Mais tarde a cotação do Brent desacelerou, sendo negociado em US$ 129,05, com alta de 9,25%, às 9h50 em Tóquio (21h50 em Brasília). No mesmo horário, o petróleo WTI era negociado a US$ 124,72%, com alta de 7,8%.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o governo Biden e seus aliados estão discutindo um embargo ao petróleo russo, à medida que aumenta a pressão para revidar com mais força a invasão da Ucrânia, restringindo as exportações da principal indústria de energia da Rússia.

Enquanto traders, transportadores, seguradoras e bancos estão cada vez mais cautelosos em assumir ou financiar compras de barris russos, um embargo formal aumentaria a incerteza que levou à negociação do Brent em sua maior faixa desde o lançamento do contrato futuro em 1998.

O movimento se soma a notícias no fim de semana com a Arábia Saudita elevando os preços de suas principais misturas de petróleo e a Líbia dizendo que sua produção caiu por causa de uma crise política no país do norte da África, embora o progresso nas negociações nucleares com o Irã ofereça a perspectiva de algum alívio em um prazo mais longo.

“Temos muitas reviravoltas por vir”, disse Mike Muller, chefe da Vitol na Ásia, em um podcast produzido pela consultora e editora Gulf Intelligence, com sede em Dubai. “Embora eu ache que o mundo já está precificando o fato de que haverá uma incapacidade de absorver uma quantidade séria de petróleo russo no hemisfério ocidental, acho que ainda não precificamos tudo.”

(atualizado às 21h58 com cotações mais recentes)

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