São Paulo — A metalúrgica Paranapanema (PMAM3), produtora de produtos de cobre, anunciou neste sábado (5) um avanço no seu processo de reestruturação de uma dívida financeira de US$ 479 milhões, acordado com os principais credores e com pagamentos previstos até o final de 2028.
“A companhia cumpriu com todas as condições precedentes do acordo firmado no dia 29 de dezembro de 2021, que incluiu o pagamento da primeira parcela de juros e principal da dívida reestruturada, no valor de aproximadamente US$ 27 milhões”, informou o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Igor Gravina Taparelli, em fato relevante enviado hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
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No acordo, a Paranapanema tinha se comprometido até com a possibilidade de vender ativos não-operacionais a fim de amortizar os valores da nova reestruturação de dívidas renegociadas pela primeira vez em 2017.
Entre os credores da Paranapanema, estão os bancos Caixa Econômica Federal, Scotiabank Brasil, Bradesco, Banco do Brasil, Cargill Finance, CCB, Sumitomo, BNP e ING.
A metalúrgica possui três unidades fabril. A matriz, no município baiano de Dias d’Ávila, produz cátodos, fios e vergalhões, além de coprodutos de cobre, como lama anódica e ácido sulfúrico. Já a unidade de Santo André, na Grande São Paulo, fabrica produtos de cobre e suas ligas, como laminados, tubos e barras. A terceira unidade situa-se em Serra, no Espírito Santo, onde são produzidos conexões de cobre.
Já o Centro de Distribuição de Produtos de Cobre (CDPC), controlado pela companhia, tem unidades na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, respondendo pela logística de distribuição. No terceiro trimestre de 2021 (último dado financeiro disponível), a companhia reportou um prejuízo de R$ 419,5 milhões, um crescimento de 152,4% na comparação anual.
Entre os acionistas da Paranapanema, segundo dados da B3, estão o empresário Silvio Tini de Araújo (0,46% do total), sua holding Bonsucex (5,71%), a Caixa Econômica Federal (16,18%), a Mineração Buritirama (13,58%) a Glencore International Investments (5,73%), a Cargill Financial Services International (8,75%), a EWZ Investments (6,04%), entre outros.
Em 2016, a companhia foi atingida pela crise de crédito do Brasil e iniciou um processo para readequar sua estrutura de capital, liquidez e perfil de endividamento, a fim de honrar seus compromissos financeiros. Em 2017, a Glencore International Investments se comprometeu a aportar R$ 66 milhões no capital da Paranapanema por meio de uma emissão de ações.
(Atualiza às 13h do dia 6/3 com detalhes sobre os credores da companhia)
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