CEO do Airbnb vê nova tendência para as viagens no mundo

Para Brian Chesky, grandes centros urbanos estão dando espaço para novos destinos e mudança de rota pode influenciar inclusive as viagens de negócios

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Bloomberg Línea — Os Top 20 maiores destinos de viagens internacionais devem perder espaço ao longo dos próximos anos. E quem deve ocupar essa lacuna são cidades de menor porte, com uma densidade populacional menor do que a dos grandes centros e que podem até ser utilizadas como locais de trabalho dentro de um novo equilíbrio que ainda deve se estabelecer.

Essa é a visão de Brian Chesky, CEO e cofundador do Airbnb (ABNB), plataforma que nasceu oferecendo apenas um colchão de ar e um café da manhã em casas de usuários, mas que passou a alugar salas, quartos e espaços inteiros para temporada e hoje é vista como opção para quem procura uma moradia. Tanto que seu próprio fundador resolveu morar apenas em casas disponíveis em sua plataforma.

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Ele lembra que, no início da pandemia, muitas pessoas buscaram o isolamento como forma de se proteger, indo para áreas mais afastadas dos grandes centros, localidades rurais e até mesmo parques nacionais. Com o avanço da vacinação e o sentimento que os riscos estão mais controlados, essas mesmas pessoas estão retornando, porém, não necessariamente para os grandes centros, mas para cidades menores.

Acho que as pessoas descobriram que existem mais do que 10 cidades para viajar no mundo e estão encontrando lugares interessantes”, disse Chesky, em entrevista à Bloomberg Línea. O executivo considera que as pessoas continuarão a buscar os grandes centros, mas que a principal tendência é que as viagens fiquem mais distribuídas, uma vez que as próprias pessoas estão espalhadas por mais lugares.

Mas não são apenas as viagens a lazer que tendem a mudar. Aquelas viagens a negócios também não serão mais como antes da pandemia. Segundo Chesky, as viagens de negócios foram um dos principais motores da procura pelos grandes centros urbanos do mundo.

”Acho que as pessoas ainda vão viajar bastante para se reunir e talvez esse seja o tipo de viagem de negócios que se verá mais no futuro. Não pessoas entrando em um avião para uma única reunião, para ganhar alguma conta, mas provavelmente funcionários reunidos para ir à sede ou outros lugares”, estima Chesky.

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Nesse sentido o mundo pode ficar mais horizontal do que vertical. A maior flexibilização nas relações de trabalho pode estimular que pessoas optem por trabalhar em outros países que não o da sede da empresa, desde que o fuso horário não sofra tantas alterações. Essa, aliás, é a única condição para que Chesky se mantenha em sua jornada de morar apenas em residências do Airbnb.

Se o Brasil está nos planos?

Se o Brasil está nos planos? “Por que não? O principal critério é estar em um fuso horário razoável. Qualquer parte da América Latina, incluindo o Brasil, seria uma grande oportunidade. Estive no Brasil uma vez, dez anos atrás, em São Paulo e no Rio. Estou mais do que atrasado para uma outra visita”, disse.

Sobre os próximos passos, a empresa que encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro recorde já está olhando o universo cripto. Mesmo sendo categórico que não teria nada para anunciar no momento, Chesky reconhece que existem oportunidades nesse segmento.

Muitas pessoas não percebem que o Airbnb é uma das maiores plataformas de pagamento na internet. Movimentamos US$ 330 bilhões através do nosso próprio sistema, construído em casa desde que começamos. Cripto é muito bom para movimentar dinheiro através dos países, onde as pessoas não têm o mesmo sistema bancário robusto como vemos nos Estados Unidos e o Airbnb é uma das empresas mais internacionais da internet”, lembra.

Presente em quase todos os países do mundo, o executivo reconhece que existem razões o suficiente para que a tecnologia do blockchaim por trás das criptomoedas seja bastante interessante. “Com certeza estamos olhando para isso”, disse.

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