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Os alimentos mais caros da história

Também no Breakfast: Mercados em queda por desdobramentos da guerra, sobretudo na Europa; Rússia ataca maior usina nuclear europeia e O que existe para além da nuvem da Amazon?

04 de Março, 2022 | 06:49 AM
Tempo de leitura: 5 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Os preços dos alimentos estão cada vez mais perto de superar o patamar mais elevado da série histórica do indicador global medido pela FAO, a organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura.

Em janeiro, o índice chegou aos 135,7 pontos, registrando uma valorização de 19,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Com esse resultado, o indicador, que mede os preços médios dos alimentos em todo o mundo, está a apenas 2 pontos para superar o nível mais alto já alcançado na série histórica, existente há 32 anos e que foi registrado em fevereiro de 2011.

O dado de janeiro ainda não leva em consideração os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada no final de fevereiro. A expectativa é que o recorde seja alcançado já na próxima atualização do índice, quando estará refletido o preços dos alimentos mensurados em fevereiro.

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✳️ Vale lembrar que, de dezembro para janeiro, o índice de preços da FAO avançou 1,5 ponto, o que, em termos percentuais, representou um crescimento de 1,1%.

Índice global de preços dos alimentos

Na trilha dos Mercados

O fim de semana se aproxima com grande tensão no cenário geopolítico, com os ataques russos - e sua posterior ocupação - à usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. Os serviços de emergência extinguiram o incêndio, os níveis de radiação permaneceram inalterados e não houve vítimas, mas as forças militares russas continuam bombardeando a Ucrânia. As negociações entre os dois países não chegaram a um termo comum, exceto no que diz respeito à criação de um corredor humanitário para a evacuação de civis.

🔴 Os mercados, como era de se esperar, não ficaram indiferentes aos últimos capítulos sobre a guerra. As bolsas asiáticas fecharam todas no vermelho, com alguns indicadores alcançando o menor nível desde o final de 2020. A queda é replicada pelo mercado europeu. Os futuros de índices nos Estados Unidos também recuavam esta manhã, embora de modo menos pronunciado.

🪖 Cenário desalentador

A partir de agora, o descolamento entre os mercados europeus e norte-americanos será mais evidente. Sobretudo no caso de se confirmar a impressão do presidente francês Emmanuel Macron, depois de uma conversa telefônica de uma hora e meia com Vladimir Putin. “O pior está por vir”, relatou uma fonte do Palácio do Eliseu a repórteres.Ao descrever a conversa entre os mandatários, a fonte do governo francês disse que o objetivo do presidente russo é tomar toda a Ucrânia e, para cumpri-lo, mostra “uma determinação muito grande”. Na sua conta no Twitter, o presidente Macron disse que continuará se empenhando para “evitar o pior”.

📊 Dados macro na agenda

Hoje o mercado também acompanhará o relatório de emprego nos Estados Unidos, um dos últimos grandes dados antes da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), nos próximos dias 15 e 16. Se espera um incremento em torno de 400 mil pessoas nas folhas de pagamento, contra um acréscimo de 467 mil na leitura anterior. A taxa de desemprego esperada pelos analistas é de 3,9%, praticamente estável frente aos 4% do informe passado.

Um panorama dos principais mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,29%), S&P 500 (-0,53%), Nasdaq (-1,56%), Stoxx 600 (-2,01%), Ibovespa (-0,01%)

A guerra Rússia-Ucrânia continua pesando sobre as decisões dos investidores, sobretudo depois que o governo francês advertiu que “o pior ainda está por vir”, após uma conversa entre o presidente Emmanuel Macron e seu homólogo russo Vladimir Putin.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Folha de pagamento não agrícola/Fev, Taxa de Desemprego, Salário médio por hora

• Zona do Euro: (Vendas no Varejo/Jan), França (Produção Industrial/Jan), Alemanha (Balança Comercial/Jan, PMI construção/Fev), Reino Unido (PMI construção/Fev)

• Ásia: Hong Kong (Reservas Internacionais (Fev)

• Na América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Fev, PIB/4T21, Produção Industrial/Jan); México (Investimento Fixo Bruto/Dez)

Destaques da Bloomberg Línea

Rússia ataca maior usina nuclear da Europa

• Mais de 1 milhão de pessoas já fugiram da Ucrânia, diz agência da ONU

• Supremo mantém fundão eleitoral em R$ 4,9 bilhões

Autoteste para covid-19: quanto custa e onde comprar em São Paulo

• Casa de Negócio$: O que existe para além da nuvem da Amazon?

Também é importante

O índice Ibovespa tem a segunda melhor performance do mundo neste ano em dólares, com alta de 22%, e o real se valorizou 11%

• Rússia fora de índices pode derrubar dólar e trazer US$ 1,3 bi à B3. A remoção da Rússia de índices que servem de referência para carteiras de fundos de investimento está dando um impulso adicional a um dos mercados emergentes com melhor performance ao redor do mundo nos primeiros meses do ano.

Estrangeiro aposta R$ 62,6 bi em ações brasileiras no 1º bimestre. O investidor estrangeiro já aplicou cerca de R$ 62,6 bilhões na Bolsa brasileira nos dois primeiros meses do ano, sendo R$ 32,5 bilhões em janeiro e R$ 30,1 bilhões em fevereiro, segundo dados da B3.

Fundos têm dificuldade para sair da Rússia com decisão do MSCI. A retirada de ações russas dos principais índices globais dá aos investidores mais um motivo para transferir fundos do país atingido pelas sanções para alternativas como China e Índia, mas também tornará a saída ainda mais difícil, dizem estrategistas e gestores de recursos.

Pirâmide cripto: Grupo que caiu no golpe presta 1º depoimento em SP. A Polícia Civil do Estado de São Paulo começou a ouvir um grupo de pessoas sobre um suposto esquema de pirâmide financeira envolvendo a falsa comercialização de criptomoedas. São os primeiros depoimentos de um inquérito instaurado no mês passado, após o Procon-SP acionar o Departamento de Política de Proteção à Cidadania da Polícia Civil, relatando o recebimento de 548 queixas contra a empresa MSK Operações e Investimentos.

Opinião Bloomberg

Diante da guerra, nem as criptomoedas podem ficar neutras

Quando a Rússia começou sua invasão na Ucrânia, os fãs de criptomoedas pareciam estar presos em uma fantasia decadente. Um lote de NFTs CryptoPunk (colecionáveis de blockchain) tinha acabado de ser retirado do leilão na Sotheby’s, em meio a um entusiasmo cada vez menor e um selloff mais amplo do mercado. O vendedor twittou memes de Drake para zombar do evento cancelado, mas considerando a campanha de marketing chamativa, foi um momento que trouxe um senso de humildade.

Como a ovelha da Nova Zelândia doada na Primeira Guerra Mundial, ou pedaços do Muro de Berlim vendidos como memorabilia por uma boa causa, os NFTs estão encontrando um novo uso em conflitos além do status social e da riqueza virtual.

Pra não ficar de fora

Modelos Fiat Argo, Renault Kwid e Fiat Mobi são novidade no grupo, com mais de 4 mil unidades emplacadas no último mês

Queridinha dos brasileiros em janeiro, a picape Fiat Strada foi o carro mais vendido no Brasil em fevereiro, segundo dados divulgados pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) nesta quinta-feira (3).

No período, foram emplacadas 7,3 mil unidades, um crescimento da ordem de 9% em relação aos 6.716 carros vendidos do modelo no mês anterior.

Em segundo lugar veio o Chevrolet Onix, desbancando o Hyundai HB20, com 6.541 unidades vendidas. Destaque ainda para o Volkswagen T-Cross e para o Chevrolet Onix Plus, que subiam três posições no ranking dos carros mais vendidos no país.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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