Barcelona, Espanha — O fim de semana se aproxima com grande tensão no cenário geopolítico, culminando com os ataques russos - e sua posterior ocupação - à usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. Os mercados, como era de se esperar, não ficaram indiferentes aos últimos capítulos sobre a guerra. As bolsas asiáticas fecharam todas no vermelho, com alguns indicadores alcançando o menor nível desde o final de 2020. As bolsas europeias caem com força e atingem o mais baixo nível em um ano. Os futuros de índices nos Estados Unidos também recuavam esta manhã, embora de modo menos pronunciado.
As perdas do índice Stoxx 600 chegaram a quase 3% nesta manhã, enunciando o fechamento da pior semana desde março de 2020. A menor disposição ao risco se expressa em outros mercados: o ouro e os títulos soberanos - dos EUA e da Europa - ganham valor à medida que os investidores buscam refúgio. Já o petróleo se dirigia ao seu maior aumento semanal em quase dois anos.
🪖 Cenário preocupante
O ataque a uma central nuclear acendeu os alarmes. Os serviços de emergência extinguiram o incêndio, os níveis de radiação permaneceram inalterados e não houve vítimas, mas as forças militares russas continuam bombardeando a Ucrânia. As negociações entre os dois países não chegaram a um termo comum, exceto no que diz respeito à criação de um corredor humanitário para a evacuação de civis.
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🔴 Mais nervosismo na Europa
Os investidores estão reduzindo suas posições em ações europeias para buscar alternativas que recebam menos impacto da guerra no leste europeu. E a partir de agora, o descolamento entre os mercados europeus e norte-americanos será mais evidente. Sobretudo no caso de se confirmar a impressão do presidente francês Emmanuel Macron, depois de uma conversa telefônica de uma hora e meia com Vladimir Putin. “O pior está por vir”, relatou uma fonte do Palácio do Eliseu a repórteres. Ao descrever a conversa entre os mandatários, a fonte do governo francês disse que o objetivo do presidente russo é tomar toda a Ucrânia e, para cumpri-lo, mostra “uma determinação muito grande”. Na sua conta no Twitter, o presidente Macron disse que continuará se empenhando para “evitar o pior”.
📊 Dados macro na agenda
Hoje o mercado também acompanhará o relatório de emprego nos Estados Unidos, um dos últimos grandes dados antes da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), nos próximos dias 15 e 16. Se espera um incremento em torno de 400 mil pessoas nas folhas de pagamento, contra um acréscimo de 467 mil na leitura anterior. A taxa de desemprego esperada pelos analistas é de 3,9%, praticamente estável frente aos 4% do informe passado.
Nesta semana, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse em duas ocasiões que o banco central norte-americano está pronto para iniciar uma série de aumentos das taxas de juros para conter a inflação - ele disse que se inclina a um acréscimo de 0,25 ponto porcentual do custo do dinheiro. E que estará atento ao impacto da guerra na Ucrânia sobre a economia.
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🚫 Sem negociação na Rússia
Enquanto isso, o mercado acionário russo ficará fechado para negociação pelo menos até a próxima quarta-feira, marcando um recorde na história moderna do país, em uma tentativa de evitar o impacto das sanções globais para os investidores domésticos.
🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,29%), S&P 500 (-0,53%), Nasdaq (-1,56%), Stoxx 600 (-2,01%), Ibovespa (-0,01%)
A guerra Rússia-Ucrânia continua pesando sobre as decisões dos investidores, sobretudo depois que o governo francês advertiu que “o pior ainda está por vir”, após uma conversa entre o presidente Emmanuel Macron e seu homólogo russo Vladimir Putin.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Folha de pagamento não agrícola/Fev, Taxa de Desemprego, Salário médio por hora
• Zona do Euro: (Vendas no Varejo/Jan), França (Produção Industrial/Jan), Alemanha (Balança Comercial/Jan, PMI construção/Fev), Reino Unido (PMI construção/Fev)
• Ásia: Hong Kong (Reservas Internacionais (Fev)
• Na América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Fev, PIB/4T21, Produção Industrial/Jan); México (Investimento Fixo Bruto/Dez)
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-- Com informações de Bloomberg News