Commodities têm maior alta semanal desde 1974 após ataque à usina

Bancos, investidores e armadores estão evitando negócios com a Rússia por conta da insegurança quanto aos pagamentos

Preços têm maior alta semanal desde 1974 após ataque à usina
Por Jasmine Ng
04 de Março, 2022 | 12:47 AM

Bloomberg — As commodities estenderam ainda mais o rali enquanto a invasão da Ucrânia pela Rússia continua a chacoalhar os mercados globais e alimentar os temores de cortes de oferta.

As tensões aumentaram na madrugada de sexta-feira depois que a Rússia intensificou sua ofensiva ao atacar uma usina nuclear ucraniana, a maior da Europa, segundo autoridades locais. Do petróleo bruto ao trigo e alumínio, os preços dispararam, com as commodities encenando seu maior aumento semanal desde 1974 e os dias da crise do petróleo, na mesma década.

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O crescente isolamento da Rússia está sufocando cada vez mais um importante fornecedor de energia, grãos e metais, provocando temores de escassez prolongada e de uma inflação global ainda mais acentuada. Bancos, investidores e armadores estão evitando negócios com a Rússia por conta da insegurança quanto aos pagamentos, ao passo que as companhias de navegação estão cancelando ou não aceitando reservas da região.

Commodities atingem seu maior patamar de preços semanal desde a década de 1970

Autoridades ucranianas disseram na madrugada de sexta-feira, no horário local, que a usina de Zaporizhzhia sofreu um incêndio depois que tropas russas começaram a bombardear a instalação no leste da Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden conversou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, logo após os relatos sobre o ataque à usina nuclear, de acordo com um funcionário da Casa Branca.

Petróleo

O petróleo West Texas Intermediate (WTI) saltou quase 5%, ampliando a alta ao longo desta semana. Os compradores globais estão evitando o petróleo e os combustíveis russos, provocando uma corrida por suprimentos alternativos.

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A Agência Internacional de Energia alertou que a segurança energética global está ameaçada e uma liberação planejada de reservas de petróleo de emergência pelos EUA e outras grandes economias não conseguiu reprimir as preocupações com o abastecimento. O JPMorgan Chase & Co. (JPM) disse que o petróleo Brent de referência global pode terminar o ano em US$ 185 o barril se a oferta russa continuar a ser interrompida. Os preços estavam em cerca de US$ 114 na sexta-feira.

Metais

Os metais básicos também subiram ainda mais depois que o Índice de Metais LMEX, que acompanha seis grandes contratos, atingiu um recorde na quinta-feira. Os preços crescentes da energia aumentaram o ímpeto, elevando os custos. O alumínio, um dos metais que mais consomem energia, subiu 3,6%, para US$ 3.850 a tonelada na London Metal Exchange, um novo recorde. O cobre também está se aproximando de sua máxima histórica.

Grãos

O trigo atingiu o nível mais alto desde 2008 devido ao aprofundamento dos temores de uma escassez global, já que a guerra na Ucrânia corta cerca de um quarto das exportações mundiais do alimento básico usado em tudo, de pão a biscoitos e macarrão. Os futuros saltaram pelo limite da bolsa em Chicago, subindo 6,6%, para US$ 12,09 por bushel.

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Minério de Ferro

Enquanto isso, os futuros de minério de ferro em Singapura caminham para um ganho de 16% nesta semana - o maior em mais de três meses - em meio às crescentes expectativas de uma recuperação na demanda da economia chinesa.

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