Bloomberg Línea — Para a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) a alta de 4,6% do PIB brasileiro em 2021, anunciada nesta sexta-feira (4) pelo IBGE, “em grande medida reflete a base fraca de comparação, uma vez que o PIB de 2020 caiu 3,9%”.
Em nota divulgada nesta sexta, a Fiesp disse que sua expectativa para o PIB deste ano é de “estabilidade (0,0%).
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De acordo com os dados do IBGE, o PIB brasileiro voltou aos níveis de 2019, o que poderia indicar uma recuperação em relação à queda de 2020, a maior em 30 anos.
Mas, segundo a Fiesp, a expectativa não é boa.
“Para 2022, a previsão é de grandes desafios para a economia brasileira. Além das restrições relativas à oferta e à pressão de custos, a demanda doméstica deverá ser fortemente afetada pela deterioração das condições macroeconômicas, em que o forte aperto monetário terá grande peso”, diz a entidade, em nota divulgada nesta sexta.
A Fiesp também afirma que os conflitos na Ucrânia devem impactar a economia, “a depender da sua intensidade e duração”.
Os impactos imediatos são nas commodities exportadas pela Ucrânia e pela Rússia e nos fertilizantes, dos quais o agronegócio brasileiro depende - 85% do produto usado no país é importado, e 30% disso vêm da Rússia.
Segundo levantamento da CNA (Confederação Nacional do Agronegócio), os fertilizantes já ficaram 5,8% mais caros desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
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