Trigo: Preços permanecem em alta e atingem US$ 11 por bushel em Chicago

Incertezas sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia mantêm volatilidade e limitam a comercialização na região, o que faz importador buscar outras origens

Preços do trigo atingem marca de US$ 11 por bushel na bolsa de Chicago
02 de Março, 2022 | 01:22 PM

Bloomberg Línea — Os seguidos fracassos nas negociações diplomáticas para tentar por um fim à guerra entre Rússia e Ucrânia ainda garante o suporte necessário para que os preços do milho e do trigo sigam em alta. As cotações do trigo que superaram ontem a barreira dos US$ 10 por bushel estenderam o movimento de alta e registravam há pouco (12h23 de Brasília) uma valorização de 9,81%, com os contratos para março sendo negociados a US$ 11 por bushel. Na mesma tendência, os preços do milho subiam na manhã de hoje 1,99%% a US$ 7,54 por bushel.

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Apesar da alta, os contratos com vencimentos mais longos operam em queda em Chicago. O movimento pode ser explicado por duas leituras distintas. A primeira é que os operadores começaram a identificar sinais de um possível acordo ou, pelo menos, uma normalização no comércio de milho e trigo a partir de meados do segundo semestre do ano, o que justificaria uma queda nos vencimentos mais distantes. A segunda interpretação é que o mercado está, na verdade, vendo as posições mais distantes e realizando lucros para apostar em novas altas nos vencimentos mais curtos.

Na contramão do que ocorre com os cereais, a soja opera em baixa, seja nos contratos mais curtos ou nos mais longos. O vencimento março operava há pouco com perdas de 0,48% a US$ 16,97por bushel. A previsão de clima seco no Centro-Oeste do Brasil para os próximos dias deve colaborar para que a colheita da soja avance, especialmente em Mato Grosso, onde mais de 80% da área plantada já foi colhida.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.