Bloomberg — Os russos que buscam maneiras de contornar as sanções financeiras ao país não constituem um “problema específico para o mundo das criptomoedas”, disse o CEO da Binance, refutando pedidos para restringir todos os civis russos de usar a maior exchange de criptomoedas do mundo.
Changpeng Zhao disse que a Binance cumpriu os mandatos internacionais para restringir os indivíduos sancionados, mas que expandir o bloqueio ainda mais seria “antiético”. A indústria de criptomoedas segue as “mesmas regras” dos bancos, disse.
“A Binance segue rigorosamente as regras de sanções. Quem estiver na lista de sanções não poderá usar nossa plataforma; quem não estiver nessa lista, poderá”, disse Zhao à Bloomberg TV em entrevista na quarta-feira (2).
As exchanges de criptomoedas estão sob intenso escrutínio desde a invasão da Ucrânia pela Rússia devido a seu potencial como canais financeiros para os russos que buscam um lugar para negociar ativos. Mas outras grandes exchanges, como Kraken e Coinbase (COIN), também se recusaram a bloquear russos não afetados pelas sanções.
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O bilionário disse que passa a maior parte do tempo em Dubai e acrescentou que a Binance registrou uma sede corporativa, mas se recusou a revelar o local, já que ainda deve fazer um anúncio oficial.
A indústria de câmbio de criptomoedas é amplamente não regulamentada, embora as autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia estejam pressionando pelo escrutínio à medida que a Rússia intensifica seu ataque à Ucrânia. Zhao disse que a Binance realiza verificações completas de usuários para garantir que endereços sancionados não possam fazer transações em sua plataforma.
“Não é nossa decisão congelar as contas dos usuários. O Facebook (FB) não baniu os usuários russos. O Google (GOOGL) não bloqueou a Rússia. Os EUA não fez isso”, disse Zhao. “Além disso, do ponto de vista ético, muitos russos não apoiam a guerra, então devemos separar os políticos das pessoas comuns”.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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