União Europeia suspende transações com banco central da Rússia

Rússia tem cerca de US$ 640 bilhões em reservas em moeda estrangeira

União Europeia aprova sanções contra banco central russo
Por Chiara Albanese, John Follain, Jorge Valero e Jasmina Kuzmanovic
27 de Fevereiro, 2022 | 05:05 PM

Bloomberg — Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram a proibição de todas as transações com o banco central russo, segundo autoridades a par da decisão.

A medida, que faz parte de um esforço para isolar a economia e o sistema financeiro de Moscou, abre caminho para que a medida seja adotada ainda na noite deste domingo, disseram as autoridades, que pediram para não serem identificadas porque o processo é privado. A Rússia tem cerca de US$ 640 bilhões em reservas cambiais.

A decisão de penalizar o banco central da Rússia e excluir alguns bancos russos do sistema de mensagens Swift, usado em transações de trilhões de dólares por bancos de todo o mundo, foi anunciada no sábado em um comunicado conjunto dos EUA, Comissão Europeia, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Canadá.

Em um novo relatório publicado neste domingo, a Bloomberg Economics disse que o “poder de fogo do Banco da Rússia pode ser bastante reduzido” pelas restrições. Na pior das hipóteses, o país perde o acesso a tudo, menos às suas participações em ouro e yuan chinês, deixando as reservas cambiais em cerca de US$ 230 bilhões com base em dados de junho de 2021, segundo os economistas Scott Johnson, Jamie Rush e Tom Orlik.

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“Com as últimas sanções, as chances de uma crise total aumentaram significativamente, com riscos de um mergulho mais profundo na economia da Rússia”, disseram eles.

Moeda forte

A medida visa bancos russos que já foram sancionados pela comunidade internacional, mas pode ser expandida para outras instituições financeiras russas, se necessário, disseram autoridades.

A decisão de sancionar o banco central russo é a primeira do tipo para uma economia do tamanho da Rússia. Os EUA já sancionaram os bancos centrais de adversários como Irã e Venezuela por canalizar dinheiro que apoiava atividades desestabilizadoras em suas respectivas regiões. O banco central da Coreia do Norte também está na lista.

Ao mirar no banco central, os governos estrangeiros esperam privar ainda mais a Rússia de dinheiro e forçar os formuladores de políticas monetárias de país a ter dificuldades para sustentar o rublo no mercado de câmbio, aumentando as pressões inflacionárias que já elevaram as taxas de juros. O Banco da Rússia interveio na semana passada no mercado pela primeira vez desde 2014.

A iniciativa também limitará potencialmente a capacidade do governo de levantar capital para apoiar o setor bancário e evitar o risco de uma crise de crédito mais profunda.

--Com assistência de Andra Timu.

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