Ásia: Futuros de NY desabam e petróleo dispara em ‘dia de fúria’ nos mercados

Os contratos do S&P 500 (SPX) perderam mais de 2%, enquanto os do Nasdaq 100 (NDX), de alta tecnologia, caíram cerca de 3%.

Ásia inicia semana com forte baixa no euro
Por Sunil Jagtiani
28 de Fevereiro, 2022 | 12:21 AM
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Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA iniciaram os negócios desta segunda-feira na Ásia com forte baixa, enquanto os títulos soberanos, o dólar e o petróleo dispararam, em meio à maior incerteza do mercado depois que nações ocidentais anunciaram sanções mais duras à Rússia pela invasão da Ucrânia.

Os contratos do S&P 500 (SPX) perderam mais de 2% nesta segunda, enquanto os do Nasdaq 100 (NDX), de alta tecnologia, caíram cerca de 3%. O petróleo bruto chegou a subir mais de 7% e o paládio teve alta de mais de 5% com temores de falta do produto na cadeia de suprimentos.

As ações têm forte baixa no Japão e na Austrália. O euro caiu cerca de 1% em relação ao dólar devido a preocupações com os riscos para a economia da Europa, enquanto o iene - um refúgio tradicional em tempos de estresse - avançou cerca de 0,2%. As moedas vinculadas a commodities e a libra caíram. Bitcoin (BTC), a maior criptomoeda do mundo, caiu abaixo de US$ 38 mil.

Sanções ainda mais severas anunciadas afastam mais a Rússia, rica em commodities, das finanças globais, ao tentar impedir que seu banco central use as reservas internacionais para reduzir o impacto das sanções. As penalidades também excluem alguns bancos russos do sistema de mensagens Swift que sustenta trilhões de dólares em transações.

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As medidas contra o banco central levantam dúvidas sobre sua capacidade de apoiar o sistema financeiro da Rússia e o rublo, que desabou perto de 30% nas negociações offshore nesta segunda. A exclusão do Swift pode deixar brechas nos bancos internacionais que exigem que as autoridades monetárias forneçam dólares ao mercado, de acordo com o estrategista do Credit Suisse Group AG (CS), Zoltan Pozsar.

A escalada do conflito na Ucrânia e o aumento das sanções ocidentais estão causando tremores na economia mundial e lançando dúvidas sobre os mercados. As hostilidades ameaçam atiçar a inflação ao colocar em risco os fluxos de recursos de commodities, como trigo, energia e metais, exacerbando as pressões de preços da era da pandemia que já estavam perseguindo a recuperação global.

A curva de rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA se achatou, sinalizando que os investidores preveem um crescimento mais lento e inflação contínua. Uma questão-chave é como tudo isso pode afetar o plano do Federal Reserve para uma série de aumentos nas taxas de juros a partir de março. O recuo da liquidez provocou grandes oscilações do mercado antes da crise na Ucrânia.

Medos do rublo

Autoridades ucranianas e russas devem se reunir na fronteira com o Belarus, horas depois que o presidente Vladimir Putin colocou as forças nucleares da Rússia em alerta máximo. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, expressou ceticismo sobre as negociações.

Na Rússia, os cidadãos faziam fila em caixas eletrônicos em todo o país para sacar moeda estrangeira, com medo de um colapso do rublo. Os títulos russos foram reduzidos para abaixo do grau de investimento pela S&P Global Ratings na sexta-feira.

Enquanto isso, a BP Plc (BP) deixará sua participação na maior empresa de petróleo da Rússia, Rosneft PJSC, potencialmente sofrendo um impacto financeiro de até US$ 25 bilhões. A Noruega iniciou um processo de desinvestimento de ativos russos de seu fundo soberano de US$ 1,3 trilhão. A União Europeia está fechando seu espaço aéreo para aviões russos.

Os operadores estão aguardando o depoimento no Congresso do presidente do Fed, Jerome Powell, esta semana, e comentários de outros funcionários do Fed, sobre as perspectivas da política monetária.

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O que acompanhar nesta semana:

  • Discurso do presidente Joe Biden sobre o Estado da União, na terça-feira;
  • Decisão de política monetária do Reserve Bank of Australia, terça-feira;
  • Presidente do Fed, Jerome Powell, fala no Congresso sobre política monetária, quarta e quinta-feira;
  • Reunião da OPEP+, quarta-feira;
  • IPC da zona euro, quarta-feira;
  • Decisão da taxa do Banco do Canadá, quarta-feira;
  • BCE publica a ata da sua reunião de fevereiro, quinta-feira;
  • EUA: Payroll, folhas de pagamento não agrícola, sexta-feira;

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Ações

  • Os futuros de S&P 500 (ESH2) tinham baixa de 2,6% às 12h10 em Tóquio (0h10 em Brasília). Na sexta, o S&P 500 tinha subido 2,2%;
  • Os futuros do Nasdaq 100 (NQH2) tinham baixa de 2,7%. O Nasdaq 100 subiu 1,5% na sexta;
  • O índice Topix, de Tóquio, recuava 0,3%;
  • O S&P/ASX 200 da Austrália (AS51) recuava 0,1%;
  • O índice Hang Seng (HSI), de Hong Kong, tinha baixa de 1,4%;
  • O índice Kospi (KOSPI), de Seul, operava estável;

Moedas

  • O iene japonês (JPY) subia 0,2% para 115,37 por dólar;
  • O yuan offshore (CNH) estava em 6,31 por dólar;
  • O Bloomberg Dollar Spot Index (DXY) subia 0,7%;
  • O euro (EUR) recuava 1% para US$ 1,1157;

Renda fixa

  • O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos recuava sete pontos base para 1,90%;

Commodities

  • O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) subia 5,8% para US$ 96,42 o barril;
  • O ouro era negociado a US$ 1.909,41 a onça.

(atualizado às 0h15 com cotações mais recentes)

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