Inteligência artificial é uma revolução onipresente

A inteligência artificial não é uma indústria, uma plataforma ou um produto; é uma revolução que alimenta tudo à nossa volta

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Ideias Bloomberg Línea — Os seres humanos sempre foram fascinados pelo que o futuro reserva e confiaram nas lições do passado para prever o que provavelmente virá. Há muito tempo, isso significava que as comunidades buscavam os mais velhos para obter previsões e soluções. Sua experiência ajudou as aldeias a prever e gerir crises como secas ou inundações.

Com o tempo, a análise desses dados evoluiu para o campo da estatística e, nos últimos anos, os números foram processados por computadores cada vez mais poderosos. As previsões informadas por dados na era dos computadores estão se tornando cada vez mais confiáveis graças à inteligência artificial (IA), que hoje oferece análises e previsões de dados sofisticadas para tudo, desde o inventário da Amazon (AMZN) até as recomendações da Netflix (NFLX).

No entanto, IA e análise de dados não se tratam apenas de previsões, aumento da produtividade e democratização do acesso a produtos e serviços. A IA está até alimentando a inovação na arte, se tornando o centro de tudo o que nos rodeia.

Da era mobile-first à era IA-first

A pandemia de covid-19 acelerou a adoção de tecnologia em todo o mundo e, de acordo com uma pesquisa recente da PwC, 52% das empresas aceleraram seus planos de adoção de IA.

Líderes com visão de futuro sabem que não podem mais competir em um mundo adaptado sem aproveitar as oportunidades criadas por fortes equipes de ciência de dados e IA.

As startups do portfólio do SoftBank (SFTBY) não apenas reforçaram suas equipes de IA; eles também estão incorporando a ciência de dados em toda a empresa, pois isso criará operações mais eficientes e desencadeará inovação para novos modelos de negócios, produtos e serviços.

A IA democratiza o acesso a serviços financeiros

Na área de serviços financeiros, empresas como a Konfio – que presta serviços bancários digitais, pagamentos e ferramentas de software projetadas para impulsionar o crescimento e a produtividade de pequenas e médias empresas – estão aproveitando a IA para expandir quem obtém acesso ao crédito.

A IA pode ajudar a determinar qual grupo demográfico é mais propenso a se envolver e pagar por um produto, segundo Francisco Padilla, CTO da Konfio.

Para entrar no mundo da IA, Padilla afirma que os fundadores necessitam de equipes dedicadas a três áreas – tecnologia, negócios e estatística – e que idealmente sejam fluentes nas três. No final das contas, trata-se de identificar os problemas comerciais que os dados podem resolver com 10 vezes mais velocidade e precisão.

É assim que as empresas se beneficiam: cada uma abordará a IA de maneira diferente, mas o objetivo geral é criar as melhores decisões para os clientes.

Desenvolver uma IA altamente preditiva não é um esforço linear, e sim exponencial. “Quanto mais dados você obtém, mais perspicazes serão seus modelos”, diz Padilla. Mas “se você perder tempo hoje e outra pessoa passar na frente, ela provavelmente terá a vantagem”.

O que é fundamental para garantir que seus esforços de IA façam a diferença é focar em seus próprios modelos, não tentar superar um rival que está na frente. As empresas novas em IA podem usar seus modelos enquanto contam com a nuvem e suas ferramentas para usar soluções de balcão com conjuntos de big data para testar rapidamente seus modelos.

O que as empresas de tecnologia não podem fazer é ignorar a revolução da IA. Graças aos avanços na área de machine learning, a IA está rapidamente ofuscando software e computação, e as empresas de tecnologia devem aproveitar seu poder para continuarem competitivas.

Além dos serviços financeiros

Atualmente, a maioria das empresas em nosso portfólio usam IA para competir e oferecer produtos e serviços melhores para o cliente final. Desde reduzir os problemas no orçamento e otimizar a configuração do escritório até maximizar a eficiência da rota de entrega e, em geral, fazer melhores recomendações de compra.

Como diz Masayoshi Son, “a IA está redefinindo todos os setores, incluindo a direção autônoma e os setores de saúde, finanças, educação e varejo. Assim como a força humana foi substituída por máquinas na Revolução Industrial, suspeito que as máquinas serão substituídas pela IA na Revolução da Informação”.

No entanto, a IA vai além dos negócios. Basta entrar de cabeça no mundo do artista Refik Anadol, que explora o que significa ser humano na era da IA e da computação onipresente.

As visões e opiniões expressas neste artigo são de Laura Gaviria Halaby e não representam necessariamente as visões ou opiniões do SoftBank Group. Este conteúdo não deve ser tomado como conselho de investimento.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião dos conselhos editoriais da Bloomberg Línea, da Falic Media ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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