Bloomberg — A primeira vacina contra covid-19 derivada de plantas do mundo foi liberada para uso no Canadá. Trata-se de uma nova forma de imunização para combater o vírus criada em uma unidade da Mitsubishi Chemical e da Philip Morris International.
A vacina chamada Covifenz foi desenvolvida em conjunto pela Medicago, uma empresa biofarmacêutica de propriedade da Mitsubishi Chemical e da Philip Morris, com sede na cidade de Quebec, e pela GlaxoSmithKline. A vacina estará disponível para adultos de 18 a 64 anos, como afirmaram a Medicago e a Glaxo em um comunicado na quinta-feira (24).
A aprovação oferece outra opção às pessoas que hesitam em tomar as vacinas atualmente disponíveis produzidas pela Pfizer, a AstraZeneca e a Moderna. Muitos países estão se esforçando para aumentar as taxas de vacinação e estão exigindo que os cidadãos sejam imunizados para entrar em restaurantes, shopping centers, trens e aviões.
A empresa espera que a Covifenz gere cerca de US$ 1 bilhão por ano, como afirmou o CEO da Mitsubishi Chemical, Jean-Marc Gilson, em entrevista na semana passada. A vacina é mais fácil de transportar e armazenar do que suas rivais de mRNA, como as da Pfizer e Moderna, já que não precisa ser mantida em temperaturas ultrabaixas, disse ele.
A Covifenz é feita de proteínas, cultivadas em plantas, que se parecem com o vírus que causa a covid-19 no sistema imunológico humano, segundo o site da Medicago. A vacina também usa o adjuvante pandêmico da Glaxo, substância que estimula a resposta do sistema imunológico.
A Medicago tem um contrato com o governo canadense para fornecer até 76 milhões de doses da vacina e está conversando com outros países sobre possíveis acordos, contou o presidente-executivo Takashi Nagao. A vacina se beneficiou da designação rápida concedida pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos, em fevereiro de 2021.
A vacina demonstrou 71% de eficácia contra múltiplas variantes do vírus em dezembro, segundo a Medicago. Foi 75% eficaz contra a variante delta, altamente infecciosa, e quase 89% eficaz contra a variante gama, identificada pela primeira vez no Brasil. A variante ômicron não estava circulando quando o teste foi realizado, e a empresa está planejando testes futuros contra essa cepa.
– Com a colaboração de Gearoid Reidy e Shoko Oda.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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