Bloomberg — A ala política do governo tem aconselhado Jair Bolsonaro a atuar em duas frentes na campanha pela reeleição. O presidente faria um discurso com mais foco na área social enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, continuaria falando da agenda liberal para o mercado financeiro e defendendo um programa de privatizações e consolidação de reformas.
Apesar das divergências entre a ala política e o chefe da equipe econômica, há um entendimento entre as duas partes quando o discurso envolve o teto de gastos. O plano é continuar defendendo a regra fiscal, até para fazer contraponto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já fala na necessidade de mudar a norma. O entorno do presidente não quer passar um sinal de ruptura com a responsabilidade fiscal.
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Pressão
O novo programa de crédito que o governo planeja para estimular a economia causará uma pressão adicional sobre a inflação num momento delicado, admitem integrantes do Ministério da Economia. Mas o argumento em defesa do plano é que o efeito sobre os preços pode ser compensado por outros fatores, como o fim da bandeira de escassez hídrica a partir de abril, que vai gerar menos pressão sobre as contas de luz.
FGTS
A ideia de Guedes de fazer uma nova modalidade de saques do FGTS para que trabalhadores possam quitar dívidas tem o apoio até de adversários do ministro dentro do governo. Todos acharam a medida positiva num momento em que Bolsonaro precisa ganhar terreno na corrida eleitoral.
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Mas causou irritação a forma como o ministro ventilou a ideia. Guedes citou a utilização do FGTS durante evento do BTG no início da semana sem consultar o Ministério do Trabalho, ao qual o Fundo está subordinado.
Desembarque
Integrantes da equipe econômica têm alertado Guedes para o sinal de que o mercado financeiro está desembarcando do governo Bolsonaro. O ministro ouviu recentemente que na Faria Lima e no Condomínio Fazenda Boa Vista, onde mora o ministro das Comunicações Fabio Faria, o entusiasmo com a candidatura do ex-presidente Lula é crescente.
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Reforma administrativa
Reforma administrativa é algo que aliados de Lula torcem para que Bolsonaro consiga aprovar. Sabem que para o ex-presidente esse assunto é muito espinhoso caso ele vença a corrida presidencial. Seria melhor deixar Bolsonaro fazer esse dever de casa e já começar o governo sem se desgastar com servidores.
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