Bloomberg Línea — O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota na manhã desta quinta-feira (24) para pedir a “suspensão imediata das hostilidades e o início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão” das operações militares da Rússia no território da Ucrânia.
Na madrugada desta quinta, a Rússia anunciou o início de “operações militares especiais” no território da Ucrânia, dias depois de reconhecer a independência de duas regiões separatistas no território ucraniano. Diversos alvos foram atacados, inclusive na capital da Ucrânia, Kiev.
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Segundo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a operação militar teve o objetivo de “desmilitarizar” a Ucrânia. O governo dos Estados Unidos, em resposta, ameaçou Moscou com “sanções severas”.
No comunicado desta manhã, o Itamaraty disse que “o governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia”.
“Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica.”
Em outro texto, o Itamaraty informou que há 500 cidadãos brasileiros na Ucrânia e recomenda que eles mantenham contato diário com a Embaixada. Os que estão no leste daquele país, onde está a região separatista cuja independência foi reconhecida por Putin, devem se deslocar até a capital Kiev.
Atualização às 15h55: O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse no Twitter que está “totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”.
O presidente esteve hoje em São Paulo, onde inaugurou um trecho de estrada em São José do Rio Preto (14km da capital) e reservatórios do Córrego do Ipiranga, na capital. Fez discursos, mas não falou sobre os conflitos.
Leia a íntegra da nota do Itamaraty:
O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.
O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.
Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.
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