Governo brasileiro pede fim ‘das hostilidades’ russas na Ucrânia

Em nota, Itamaraty fez apelo para que impasses sejam resolvidos por meio de “solução diplomática”

Vendedores nas ruas de Kiev durante a madrugada, enquanto tensões com Moscou aumentavam
24 de Fevereiro, 2022 | 11:19 AM

Bloomberg Línea — O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota na manhã desta quinta-feira (24) para pedir a “suspensão imediata das hostilidades e o início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão” das operações militares da Rússia no território da Ucrânia.

Na madrugada desta quinta, a Rússia anunciou o início de “operações militares especiais” no território da Ucrânia, dias depois de reconhecer a independência de duas regiões separatistas no território ucraniano. Diversos alvos foram atacados, inclusive na capital da Ucrânia, Kiev.

PUBLICIDADE

Veja mais: AO VIVO: Militares russos avançam sobre a capital da Ucrânia

Segundo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a operação militar teve o objetivo de “desmilitarizar” a Ucrânia. O governo dos Estados Unidos, em resposta, ameaçou Moscou com “sanções severas”.

No comunicado desta manhã, o Itamaraty disse que “o governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia”.

PUBLICIDADE

“Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica.”

Em outro texto, o Itamaraty informou que há 500 cidadãos brasileiros na Ucrânia e recomenda que eles mantenham contato diário com a Embaixada. Os que estão no leste daquele país, onde está a região separatista cuja independência foi reconhecida por Putin, devem se deslocar até a capital Kiev.

Atualização às 15h55: O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse no Twitter que está “totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”.

PUBLICIDADE

O presidente esteve hoje em São Paulo, onde inaugurou um trecho de estrada em São José do Rio Preto (14km da capital) e reservatórios do Córrego do Ipiranga, na capital. Fez discursos, mas não falou sobre os conflitos.

Leia a íntegra da nota do Itamaraty:

O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

PUBLICIDADE

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.

Leia também

Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.