Commodities: Preços internacionais do milho e da soja começam a ceder

Cotações ainda operam em alta, mas traders iniciam movimento de realização de lucros após fortes ganhos; trigo segue no limite de alta

Vendas especulativas e estimativa de área plantada com soja maior reduzem ganhos em Chicago
24 de Fevereiro, 2022 | 01:14 PM

Bloomberg Linea — Depois da forte valorização das commodities agrícolas nas bolsas internacionais na manhã de hoje, o mercado começa a perder força. Em um claro movimento de realização de lucros, os preços da soja e do milho na bolsa de Chicago reduziram a intensidade de seus ganhos, apenas de ainda permanecerem em alta. O trigo, contudo, permanecia em seu limite de alta até as 13h de Brasília, cotado a US$ 9,26 por bushel (US$ 20,41 por saca), com ganhos de 5,71%.

Durante a manhã no Brasil, antes mesmo de a bolsa de Chicago abrir as operações do dia, a soja para março atingiu sua máxima diária a US$ 17,65 por bushel, diante da invasão de tropas militares da Rússia na Ucrânia.

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Contudo, diante de ganhos tão expressivos, o mercado aproveitou o momento para realizar lucros e os preços do grão perderam fôlego. Há pouco, a soja era negociada a US$ 16,81 por bushel, ainda em alta de 0,37%. Outro fator que está ajudando a conter a valorização do grão foi a primeira estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2022/23, em que a entidade projeta uma expansão de quase 1% na área plantada com soja

No caso do milho, os preços do cereal registravam queda de 4,46%, com o contrato março cotado a US$ 7,14. A Ucrânia é um importante produtor e exportador de milho, vendendo o cereal para boa parte da Europa. As cotações chegaram a recuar e atingiram US$ 6,82 por bushel na mínima do dia, mas deixaram o limite de alta alcançado a US$ 7,18 por bushel. Apesar de o mercado ter conseguido realizar parte dos ganhos de hoje, os dados do USDA para a próxima safra indicam que a área plantada com o cereal será 1,4% menor do que a registrada no ano passado, o que voltou a dar sustentação aos preços.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.