Commodities agrícolas disparam e trigo atinge limite de alta com conflito

Preços do trigo e do milho atingem limite de alta em Chicago antes da abertura do pregão. Países são importantes exportadores para a Europa e Ásia

Cotações do cereal passaram a operar no limite de alta da bolsa de Chicago após invasão da Rússia à Ucrânia
24 de Fevereiro, 2022 | 10:04 AM

Bloomberg Línea — Os preços das commodities agrícolas nas bolsas dos Estados Unidos dispararam após as primeiras notícias confirmando a invasão da Rússia na Ucrânia. Mesmo antes da abertura das bolsas, as cotações da soja, milho e do trigo subiam fortemente durante o pregão noturno da Bolsa de Chicago, que abre as negociações do dia às 11h30 de Brasília, 8h30 no horário local. Os preços do milho e do trigo atingiram o limite de alta da bolsa.

O trigo é o produto que apresenta a maior valorização. O contrato com vencimento em março era negociado às 9h30 de Brasília com alta de 5,71% sobre o fechamento de ontem, cotado a US$ 9,26 por bushel (US$ 20,41 por saca ou US$ 340,25 por tonelada), já no limite de alta. Desde a noite de ontem, após o fechamento do mercado, os preços do trigo atingiram o limite de alta e ainda permanecem nesse patamar.

Ontem, o contrato da soja com vencimento em março terminou o dia a US$ 16,75 por bushel (US$ 36,93 por saca ou US$ 615,46 por tonelada), o que representou uma valorização de 2,45% sobre o dia anterior. Há pouco, os preços alcançaram US$17,31 (US$ 38,16 por saca ou US$ 636,04 por tonelada), acumulando uma valorização de superior a 3%. No caso do milho, a alta dos preços era ainda mais expressiva. O contrato para entrega em março subia 5,12%, cotado a US$ 7,1875 (US$ 16,98 por saca ou US$ 282,97 por tonelada).

Rússia e Ucrânia são dois importantes produtores e fornecedores globais de trigo. Os ucranianos têm como maiores clientes os países europeus, enquanto a Rússia abastece a Ásia e a China. No entanto, ambos fornecem trigo para o Brasil, principalmente quando há problemas de abastecimento na Argentina, principal vendedor para os moinhos brasileiros.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.