Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin
São Paulo - A América Latina deverá ser o novo destino dos mineradores cripto a partir deste ano, indica relatório da empresa norueguesa de pesquisa de mercado de criptomoedas Arcane Research. Mineradores têm migrado para novos mercados desde o ano passado, quando a China, que concentrava 70% da produção mundial, proibiu a mineração de criptomoedas no país.
Em um primeiro momento, uma das saídas para os mineradores foi buscar alternativa nos Estados Unidos, outro ambiente forte na mineração. Hoje, o país concentra 35,4% da produção global de moedas digitais, seguido pelo Canadá, Cazaquistão e pela Rússia. Mas também aqui começam a surgir resistências.
No início deste ano, o Comitê de Energia e Comércio dos Estados Unidos, instituição ligada ao Congresso, deu início à discussão sobre o impacto das criptomoedas no meio ambiente. Medidas contra a mineração no país não estariam de todo descartadas, inclusive com a adoção de regras mais duras. O que, segundo a Arcane, abre uma oportunidade para a América Latina e em especial para o Brasil.
“A América Latina, atualmente, representa muito pouco [para o mercado de mineração]”, diz Andrey Nousi, CEO da Nousi, empresa de educação e consultoria financeira. “O potencial de crescimento daqui para a frente pode ser expressivo. Mas é preciso que seja atrativo. Custo de energia e as taxas de importação do maquinário são temas importantes”, diz.
Atratividade
No Brasil, por exemplo, o Projeto de Lei nº 3825/2019 busca tornar o país atrativo para o setor cripto. Em seu artigo 14 prevê que equipamentos e softwares de mineração tenham seu imposto zerado caso utilizem fontes renováveis. A única exigência é que as empresas devem estar admitidas e homologadas pela concessionária de energia elétrica local.
“O Brasil tem um potencial bem grande, já que a América Latina é uma região com variada fonte de energia, da hidrelétrica à solar , sem falar da energia limpa”, comenta Lucas Pinsdorf, especialista em novos negócios do Mercado Bitcoin. “O que vai ser decisivo é a segurança jurídica que vamos dar”, completa.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia indicou que o setor responsável pelo tema é o Ministério da Economia -- que não respondeu aos pedidos de entrevista até o fechamento desta reportagem.