Bloomberg — As ações europeias despencavam junto com as ações em todo o mundo, prontas para entrar em uma correção técnica, com investidores deixando os ativos de risco de lado depois que as forças russas atacaram alvos em toda a Ucrânia.
- O Stoxx Europe 600 caía 3,85% às 9h20, horário de Brasília, acumulando queda de mais de 10% em relação ao recorde de janeiro;
- O índice MOEX da Rússia chegou a cair até 45%, perdendo mais de US$ 250 bilhões em valor de mercado;
- O principal índice do Reino Unido, FTSE-100, caía 3,03%
- O CAC, da França, recuava 4,70%; o DAX, da Alemanha, caía 5,03%
- Nos EUA, os futuros que acompanham o índice Nasdaq 100 sinalizaram que o indicador irá abrir em queda de mais de 3%
- O petróleo Brent atingiu US$ 100 o barril pela primeira vez desde 2014
A decisão do presidente Vladimir Putin de ordenar uma operação militar para “desmilitarizar” a Ucrânia provocou uma venda de ativos de risco e enviou investidores para paraísos fiscais. A invasão desencadeou a pior crise de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
“A situação está evoluindo para o cenário mais grave que tínhamos em mente”, disse Monica Defend, chefe global de pesquisa da Amundi, em entrevista à Bloomberg TV. “O verdadeiro perdedor em termos econômicos será a Europa. Só porque a inflação vai ser impulsionada pelos preços mais altos da energia e pelo risco de efeitos de segunda ordem no crescimento.”
A crise na Ucrânia tornou-se a mais recente preocupação dos investidores para as ações europeias. Além disso, os operadores estão preocupados com os bancos centrais cada vez mais agressivos e com o efeito que o aumento da inflação terá no crescimento.
“Os mercados de ações já foram atingidos e agora estão precificando uma nova escalada militar na Ucrânia. A liquidação, portanto, continuará”, disse Norbert Frey, chefe de gerenciamento de portfólio do Fuerst Fugger Privatbank, por e-mail. “Esperamos que a volatilidade aumente nos próximos dias e semanas, o que exigirá que os investidores tenham bons nervos. Veremos uma fuga para títulos governamentais supostamente seguros, ouro e, acima de tudo, dinheiro – pelo menos temporariamente”.
Alberto Tocchio, gerente de portfólio da Kairos Partners, disse que o mercado pode ter que considerar uma desaceleração econômica com medo de estagflação. “Ninguém preparou os portfólios para esse resultado”, disse ele.
“Essa queda acentuada nas ações prova ser uma oportunidade de compra, dado o cenário macro ainda sólido e o sentimento já muito baixista e o posicionamento leve dos investidores”, disse Ulrich Urbahn, chefe de estratégia e pesquisa de vários ativos da Berenberg.
--Com a colaboração de Josefine Fokuhl
(atualizado às 9h25 com cotações recentes)
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