Surtos de ômicron em cargueiros pesam nas cadeias de suprimentos

Um salto sustentado nos casos aumenta a pressão nas cadeias de suprimentos, já sobrecarregadas pela pandemia

Portos de Shenzhen a Los Angeles e Roterdã estão enfrentando longas filas de navios de carga
Por K. Oanh Ha e Ann Koh
23 de Fevereiro, 2022 | 08:12 PM

Bloomberg — Casos da variante ômicron estão se multiplicando em navios de carga, o que tem levantado preocupações de que aumentos nas infecções, assim como os rígidos requisitos de quarentena que a China exige das embarcações, possam atrasar a normalização das cadeias de suprimentos.

Surtos de covid estão atingindo navios em todo o mundo, com casos crescendo “exponencialmente”, disse Francesco Gargiulo, CEO do International Maritime Employers’ Council, que representa as companhias de navegação. O grupo anglo-oriental Univan, que tem uma tripulação ativa de cerca de 16.000 pessoas, está constatando infecções em cinco a sete navios por mês, em comparação com um ou dois por mês no ano passado, disse a empresa. Enquanto isso, a Wilhelmsen Ship Management teve casos em quatro de seus navios desde janeiro, sendo que menos de uma dúzia de embarcações foram atingidas pela doença em 2021, disse Carl Schou, diretor executivo da empresa.

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“Todo mundo já teve casos a bordo”, disse Mark O’Neil, CEO da Columbia Shipmanagement, que opera uma tripulação de cerca de 15.000 pessoas e teve alguns de seus navios interditados. O número de embarcações afetadas pela ômicron em todo o mundo certamente aumentará porque ela é muito contagiosa, disse ele. “Isso apesar das medidas e precauções que estão sendo tomadas.”

Embora os administradores de navios digam que o problema foi administrável até agora, um salto sustentado nos casos aumenta a pressão nas cadeias de suprimentos, já sobrecarregadas pela pandemia.

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Portos de Shenzhen a Los Angeles e Roterdã estão enfrentando longas filas de navios de carga, enquanto a escassez de trabalhadores e motoristas está elevando as preocupações. As interrupções estão sendo agravadas por controles rígidos nos portos da China, que não mostra sinais de recuar em sua política de erradicação da Covid, ao passo que o resto do mundo resolve conviver com o vírus.

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