Bloomberg Línea — A empresa de infraestrutura de tecnologia financeira e bancária Celcoin anunciou nesta quarta-feira (23) que está comprando a fintech Flow Finance, de Florianópolis. O acordo - que foi parte em dinheiro e parte em ações - não teve o valor divulgado.
É a segunda aquisição da Celcoin em menos de um mês, depois que a empresa comprou a Galax Pay, com quem passou a oferecer APIs de cobrança recorrente.
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A Flow fornece infraestrutura para que empresas ofereçam crédito por meio de APIs. Assim, os clientes da empresa - mesmo os que não têm licença de instituição financeira ou Sociedade de Crédito Direto - podem criar produtos de capital de giro, empréstimo pessoal e financiamentos (Buy Now, Pay Later).
Hoje, a Celcoin trabalha com APIs para habilitar transações de Pix, Open Banking, pagamento de contas, tributos, recargas de celular e gift cards, débito automático, saques e transferências. Agora, com a Flow, a Celcoin trará um novo produto de infraestrutura para concessão de crédito.
Em dezembro, a empresa foi autorizada pelo Banco Central para ser uma instituição de pagamento. Marcelo França, CEO da Celcoin, disse que a fintech agora fará integrações com o SPB (sistema de pagamentos brasileiro) para aumentar a receita.
Segundo o CEO, a aquisição faz parte da aposta na tendência de empresas querendo oferecer serviços financeiros diretamente para os clientes. “Empresas que têm relacionamento com outras empresas ou com clientes já tem conhecimento de histórico daquele cliente, o que facilita muito mais a concessão de crédito, então entramos com uma infraestrutura para que qualquer um possa fazer isso”, disse França.
A Celcoin atende hoje 200 empresas e com a Galax Pay acrescentou 1.800 clientes não financeiros. Segundo o CEO, a Flow tem “algumas interseções de clientes com a Celcoin”. A ideia é oferecer o novo produto para esses clientes dentro do leque da Celcoin.
A fintech já recebeu R$ 84 milhões em investimentos. No ano passado, a Celcoin captou R$ 55 milhões da Torq Ventures, Vox Capital e BTG, mas não descarta novas rodadas para potenciais aquisições, embora hoje a empresa não esteja “queimando o caixa” e ainda há dinheiro do investimento anterior.
Mirando IPO em 2023, França disse que a Celcoin “está fazendo um movimento de consolidação”, e não descarta comprar outras startups para agregar serviços e times de tecnologia. “Queremos conseguir oferecer tudo que os bancos incumbentes oferecem, mas um modelo aberto, por meio de APIS, para que qualquer empresa possa se conectar e habilitar esse serviço”.
A Celcoin fechou o ano passado com R$ 23 bilhões de volume processado e estima processar R$ 45 bilhões este ano.
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