Preço do milho atinge patamar mais alto da história

Conflitos na Ucrânia puxam preços do cereal e também do trigo

Soja, milho e trigo disparam no mercado internacional com aumento da tensão na fronteira da Rússia com a Ucrânia
22 de Fevereiro, 2022 | 09:40 PM

Bloomberg Línea — Os preços do milho dispararam hoje na Bolsa de Chicago. O vencimento para março subiu 3,36% e atingiu o maior patamar já registrado pelo cereal na bolsa americana, cotado a US$ 6,7625 por bushel.

Dentro da mesma tendência, os preços do trigo, também para março avançaram 5,36% e terminaram a terça-feira a US$ 8,3975 por bushel, enquanto as cotações da soja subiram 5,47% para US$ 16,35 por bushel (veja mais na tabela abaixo).

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A valorização dos preços em Chicago foi uma reação do mercado após a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconhecer a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia e enviar tropas para a região. Em resposta, a União Europeia e Estados Unidos anunciaram um pacote de sanções contra pessoas e entidades diretamente ligadas ao reconhecimento russo.

No mercado, o sentimento é que o conflito possa trazer instabilidade no fluxo logístico não apenas de alguns produtos agrícolas, mas também de insumos. Rússia e Ucrânia são grandes produtores de milho e trigo e abastecem boa parte da Europa e também alguns mercados asiáticos. No caso do trigo, o Brasil costuma ser cliente dos dois países quando não encontra o abastecimento necessário na América do Sul, especialmente na Argentina.

No caso dos insumos, a região é fornecedora de petróleo e gás natural, mas também abastece boa parte de grandes produtores agrícolas, como o Brasil, com fertilizantes. No momento, ainda não há registros que o trânsito no Mar Negro tenha sido prejudicado pelo conflito.

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No campo das ações, os papéis da BRF encerraram o dia com valorização de 5,51%. O mercado recebeu bem os nomes indicados pela Marfrig para concorrer na próxima eleição do Conselho de Administração, marcada para 28 de março. Na lista da Marfrig, a proposta é mudar 80% dos membros atuais, incluindo o atual presidente e três ex-ministros.

A empresa também anunciou os resultados do quarto trimestre. O balanço apresentou lucro, superior ao mesmo período do ano anterior, mas com resultado anual consolidado de 2021 inferior ao de 2020.

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.