Bloomberg Línea — O dólar testou o patamar abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho do ano passado com o fluxo crescente de recursos estrangeiros e inflação acima do esperado. A moeda americana foi negociada no final da manhã desta quarta a R$ 4,9978, com baixa de 1,2%. Logo depois, no entanto, recuperou o patamar de R$ 5,00 e era negociada a R$ 5,0117, com baixa de 0,95 às 12h15.
A alta de 0,99% do IPCA-15, a medida prévia da inflação divulgada nesta quarta, está levando os investidores a apostarem numa alta mais robusta da taxa básica de juros pelo Banco Central, apoiando a queda do dólar ante o real.
Enquanto isso, o Ibovespa (IBOV) acompanhava a recuperação das bolsas no exterior e avançava com impulso das Lojas Americanas (AMER3) e de outras varejistas, na esteira da retomada dos serviços do site do grupo após um problema técnico deixar impossibilitar as compras online na véspera.
- Perto das 12h10, o principal índice da bolsa brasileira avançava 0,1%, a 112.864 pontos
- Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VIIA3) subiam acompanhando, assim como os da Locaweb (LWSA3) e os da Méliuz (CASH3)
Os investidores parecem ter deixado as preocupações geopolíticas momentaneamente de lado após o presidente americano Joe Biden anunciar algumas sanções contra Rússia pelo que ele chamou de um “princípio de invasão da Ucrânia”.
- Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones (INDU) subia 0,1% e o S&P 500 (SPX) tinha alta de 0,3%;
- O Nasdaq 100 (NDX), referência em tecnologia, operava estável;
- Dentre as commodities, os contratos futuros de minério de ferro voltaram a subir na China, diante da melhora da perspectiva da demanda graças às medidas de apoio ao conturbado mercado imobiliário do país;
- A Vale (VALE3) tinha baixa de 0,85%;
- A Rio Tinto, concorrente da mineradora brasileira, anunciou que pagará dividendos de US$ 7,7 bilhões com recorde de lucros
Inflação acima do esperado
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, teve alta de 0,99% em fevereiro, acelerando em relação aos 0,58% registrados no mês anterior com o impacto habitual do setor de Educação no início do ano, além da alta dos preços dos alimentos.
Conforme divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23), nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 10,76% e de 1,58% no ano.
Com isso, traders aumentam as apostas de que o BC possa aumentar o ritmo das altas de juros nos próximos meses, a começar com a reunião marcada para março.
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