Bloomberg — Vários dos maiores produtores de petróleo da Opep+ querem que o grupo continue sua estratégia e adicione mais 400 mil barris por dia de petróleo ao mercado em abril, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros, uma aliança de 23 nações liderada pela Arábia Saudita e Rússia, se reunirá virtualmente no dia 2 de março para tomar uma decisão sobre a produção do próximo mês. Todos os membros devem concordar.
O grupo vem aumentando gradualmente a produção após cortes rigorosos no início da pandemia que afetou fortemente a demanda por petróleo.
O petróleo disparou com a recuperação econômica global e subiu cerca de 20% este ano, chegando a mais de US$ 90 o barril. Muitos traders afirmaram que os preços podem chegar a US$ 100 em breve. No ano passado, vários importadores importantes, incluindo os Estados Unidos, pediram à Opep+ que aliviasse seus cortes mais rapidamente.
Descumprimento de metas
A Opep+ disse que seus aumentos mensais de 400 mil barris por dia são suficientes para estabilizar o mercado. Alguns membros atribuíram o aumento dos preços à tensão geopolítica sobre a Ucrânia.
Ainda assim, muitos países ficam aquém de seus objetivos. Países como Angola e Nigéria estão lutando para aumentar a produção após o colapso do investimento. Na semana passada, a Agência Internacional de Energia, que assessora os países ricos, disse que a Opep+ estava bombeando quase 1 milhão de barris por dia a menos do que disse que produziria.
A situação pode ficar mais crítica se o confronto entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia se intensificar. Embora Moscou tenha dito que não tem planos para uma invasão, as autoridades ocidentais continuam cautelosas. Um conflito pode levar os preços do petróleo a US$ 125 o barril, disse nas semana passada o ministro da Energia da República do Congo, Bruno Jean Itoua, que ocupa a presidência rotativa da Opep.
Ministros de Energia dos quatro maiores membros da Opep – Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Kuwait – se reuniram em Riad no domingo (20). Eles disseram que sua estratégia estava ajudando a equilibrar os mercados de energia.
“Para o benefício de todo o mercado de energia, a Opep+ deve manter o acordo atual e quaisquer mudanças drásticas podem causar um desequilíbrio”, disse o ministro do Petróleo iraquiano, Ihsan Abdul Jabbar.
-- Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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