Bloomberg Línea — A Movida (MOVI3) encerrou o quarto trimestre do ano passado com um lucro líquido de R$ 276,7 milhões. O melhor resultado já obtido pela empresa de aluguel e comercialização de carros seminovos é praticamente duas vezes superior ao registrado no mesmo período de 2020, quando a companhia fechou com um lucro líquido de R$ 138,7 milhões.
A receita líquida e o Ebitda também cresceram nas mesmas proporções. Enquanto o faturamento do último trimestre do ano chegou a R$ 1,74 bilhões (+75,6%), o desempenho operacional terminou 2021 em R$ 776,6 milhões, 2,5 vezes maior que o registrado no quatro trimestre anterior (veja os gráficos abaixo).
Com o desempenho positivo, a empresa mais nova do mercado de locação no Brasil tem corrido para se aproximar da líder, Localiza (RENT3). Até o terceiro trimestre do ano passado, a empresa mantinha uma frota de pouco mais de 273 mil veículos, enquanto a aspirante a líder encerrou 2021 com 187 mil veículos. Na próxima quarta-feira (22/02), a Localiza divulga seus resultados trimestrais e o consolidado do ano passado e será possível medir melhor o saldo, uma vez que a frota da Localiza vinha em uma trajetória descendente. D qualquer forma, a diferença entre as empresas que já foi bem superior a 100 mil carros, está hoje em 86 mil.
“Nossa estratégia se mostrou acertada. Tivemos que reduzir o tamanho da frota por conta da pandemia, mas iniciamos nossas compras mais rapidamente do que nossos concorrentes. Conseguimos nos posicionar junto às montadoras antecipadamente e isso nos permitir adicionar um bom número de novos veículos à frota”, disse em entrevista à Bloomberg Línea, Edmar Prado Lopes Neto, diretor financeiro e de relações com investidores da Movida.
A frota da empresa cresceu mais de 50% em comparação a 2020, desempenho considerado superior à média do mercado, chegando a 187 mil carros no final de 2021. Segundo Lopes, a estratégia permitiu ter a frota mais nova do mercado de locação nacional, o que permite à empresa ofertar carros mais novos a quem busca o aluguel, mas também veículos menos rodados para eventuais clientes do mercado de seminovos, sem conta a redução dos custos de manutenção, que tendem a ser menores.
Olhando para frente, a Movida identifica nos contratos de longo prazo, seja no aluguel de frotas para empresas ou mesmo para alugue para pessoas físicas, uma forma de melhorar a rentabilidade média da operação. O negócio de gestão e terceirização de frotas terminou o ano com 96,3 mil veículos, sendo responsável por 52% da frota da empresa. No ano passado, a Movida adquiriu a CS Frotas e passou a atender empresas públicas e de economia mista. A margem Ebitda do segmento foi de 67% em 2021, em linha com o ano anterior.
“As pessoas passaram a ter novos usos e nos hábitos. Elas passaram a viajar menos de avião e mais de carro e se intensificou a ideia substituir a posse pelo uso do bem. O modelo de carro por assinatura é anterior à pandemia, mas ela (pandemia) incorporou uma camada adicional de flexibilidade na vida das pessoas que alterou comportamentos”, afirma Lopes.
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