Empresa de Miami confirma acordo para compra do Vasco da Gama

Clube brasileiro é avaliado em cerca de US$ 330 bilhões, enquanto fubetol brasileiro se abre para investidor estrangeiro

Tales Magno do Vasco da Gama durante jogo contra o Goiás no estádio São Januário, no Rio
Por David Hellier e Andrew Rosati
21 de Fevereiro, 2022 | 07:11 PM

Bloomberg — A 777 Partners LLC comprou uma participação majoritária no Vasco da Gama, em uma das aquisições de maior destaque de um time de futebol brasileiro desde que o esporte nacional do país se abriu para investidores estrangeiros.

A empresa de investimentos com sede em Miami assinou um memorando de entendimento para adquirir 70% do Vasco da Gama em um acordo que avaliará o clube em cerca de US$ 330 milhões, incluindo dívidas, de acordo com um comunicado oficial de ambas as partes divulgado nesta segunda-feira. As conversas foram relatadas pela primeira vez pela Bloomberg em janeiro.

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Este “será o marco zero de um novo futuro, vencedor, sustentável e sem dívidas, tudo o que almeja nossa imensa torcida”, afirma Jorge Salgado, presidente do Vasco da Gama, no comunicado.

O acordo vem após uma legislação, aprovada no ano passado, que permite aos clubes de futebol do Brasil, historicamente administrados como associações sem fins lucrativos, se reestruturem como sociedades de responsabilidade limitada, para reformular a propriedade e modernizar as finanças.

O Vasco da Gama, com sede no Rio de Janeiro, é um dos clubes de maior torcida no Brasil, por onde passaram alguns dos melhores jogadores do país, incluindo o hoje senador Romário de Souza Faria e a estrela da Premier League inglesa Philippe Coutinho.

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Como muitas equipes no Brasil, o clube está sobrecarregado com uma dívida considerável. O 777, que tem mais de US$ 3 bilhões sob gestão, aposta que uma nova administração e uma nova injeção de dinheiro podem ajudar a tornar o famoso clube lucrativo novamente.

O acordo não é vinculante e deve ser finalizado em 90 dias após a due diligence, mas fornecerá imediatamente ao Vasco um empréstimo-ponte de US$ 13,7 milhões que será convertido em patrimônio após o fechamento.

Dinheiro novo

De longe, a nação mais populosa da América Latina é um paraíso do futebol, com torcedores apaixonados e alguns dos melhores jogadores do mundo. O país levou para casa cinco títulos da Copa do Mundo, tornando o Brasil a seleção internacional de maior sucesso da história.

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Mas os clubes profissionais do país têm sido mal administrados e endividados demais, problemas agravados pelo impacto financeiro da pandemia de Covid-19.

O 777 não é o único investidor tentando mudar essa realidade.

Em janeiro, o empresário John Textor, da Flórida, comprou o Botafogo, outro clube do Rio, por cerca de US$ 330 milhões. No mês anterior, o lendário atacante brasileiro Ronaldo Luis Nazario de Lima assumiu o controle acionário do Cruzeiro de Belo Horizonte, onde iniciou sua carreira profissional.

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O 777, que construiu um portfólio de ativos esportivos que inclui serviços de streaming e investimentos no basquete britânico, tem como alvo negócios subvalorizados com conexões profundas com bases de fãs, de acordo com seu site.

Seu elenco de futebol já inclui dois dos clubes mais históricos da Europa: Genoa Cricket e Football Club na Itália e o Sevilla FC da Espanha. Também detém os direitos de transmissão no exterior do campeonato brasileiro de futebol por meio de sua subsidiária Global Sports Rights Management.

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