Dúvidas sobre chance de encontro entre Biden e Putin desanimam mercados

Bolsas na Europa e futuros de índices nos EUA reverteram as altas do começo do dia depois de dúvidas lançadas pelo Kremlin; Hoje é feriado nos EUA e os mercados à vista ficarão fechados

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Barcelona, Espanha — O cenário geopolítico é incerto e pode reservar algumas surpresas. A possibilidade de uma reunião entre os líderes Joe Biden e Vladimin Putin sobre a Ucrânia aliviou a tensão na abertura dos mercados, mas o fato de a Rússia ter dito que “não há planos concretos” para esta cúpula renova a incerteza. Embora não exclua uma eventual cúpula, o Kremlin considerou “prematuro” falar sobre essa possibilidade.

Hoje é feriado nos EUA e as bolsas permanecerão fechadas nesta segunda-feira. Tanto as bolsas europeias como mercado futuro de índices, em funcionamento hoje, começaram com valorizações, mas as incertezas sobre a realização deste encontro entre chefes de Estado fez que os negócios se situassem no campo negativo.

🤝 Haverá encontro?

Biden e Putin aceitaram o princípio de um encontro com a condição de que a Rússia não invada a Ucrânia, de acordo com um comunicado do gabinete do presidente francês Emmanuel Macron. Moscou nega repetidamente que planeja invadir, mas ontem fontes familiarizadas com o assunto nos EUA voltaram a alertar que Rússia pode atacar várias cidades na Ucrânia.

Antes disso de um eventual encontro entre Joe Biden e Vladimir Putin, está prevista para esta semana, na Europa, uma reunião diplomática entre o Secretário de Estado Antony Blinken e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

⚖️ Muitos fatores na balança

O impasse na Ucrânia, juntamente com a preocupação de que o aperto da política monetária da Reserva Federal sufoque o crescimento da maior economia do mundo, aumenta a probabilidade de mais oscilações nos mercados em um ano já volátil. Os principais funcionários do Federal Reserve (Fed) tem apoiado a necessidade de aumento das taxas de juros em março, uma medida para conter a inflação mais pronunciada dos últimos 40 anos.

📊 Agenda cheia de dados macro

Geoestratégia à parte, a agenda do mercado esta carregada de importantes índices macroeconômicos, com destaque para indicadores que medem a atividade econômica, como os PMIs. Os dados darão uma boa medida sobre a resistência das principais economias mundiais à onda ômicron.

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🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow (-0,68%), S&P 500 (-0,72%), Nasdaq (-1,23%), Stoxx 600 (-0,81%), Ibovespa (-0,57%)

Os mercados acionários dos EUA se orientaram conforme as notícias relacionadas à Ucrânia, fechando em baixa pela segunda semana consecutiva. Na sexta-feira, o movimento da bolsa também foi afetado pelo vencimento de opções equivalentes a US$ 2,2 trilhões.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Feriado pelo dia do Presidente - as bolsas não abrem hoje.

Europa: PMIs compostos de fevereiro da Zona do Euro, Alemanha, Reino Unido e França. Índice de Preços ao Produtor (IPP) da Alemanha

China: Preços imobiliários, Taxas Prime de Empréstimos

Bancos centrais: Discurso de Michelle Bowman, membro do FOMC (Fed)

Na América Latina: Brasil (Boletim Focus)

📌 E para amanhã:

• Alemanha (Indicador Ifo sobre o clima empresarial/Fev)

• EUA (Índice de Preços de Imóveis/Dez; PMIs Industrial, de Serviços e Composto/Fev; Índice de Confiança do Consumidor do Conference Board/Fev); Índice de Manufatura do Fed de Richmond

• Japão: IPC-núcleo do Banco do Japão

• Na América Latina: Brasil: Confiança do Consumidor (Fev), IPCA-15 (Fev); Argentina (Balança Comercial/Jan)

• Bancos Centrais: Pronunciamentos de Dave Ramsden e Elizabeth MacCaul (BoE) e Raphael Bostic (Fed)

• Balanços do dia: Home Depot, Prato, HSBC, entre outros

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-- Com informações de Bloomberg News