Bloomberg — A Victoria’s Secret está procurando se afastar ainda mais de suas escolhas excludentes do passado em uma nova campanha publicitária que incluiu uma modelo com síndrome de Down.
A campanha, que promove a coleção de roupas íntimas “Love Cloud” da empresa, traz 18 mulheres com origens e identidades diversas. Sofia Jirau, que também é designer, se tornou a primeira modelo com síndrome de Down a liderar uma campanha da Victoria’s Secret. Ela está acompanhada de modelos como Adut Akech, Hailey Bieber, Paloma Elsesser e Imaan Hammam, além de Miriam Blanco e Celilo Miles. Também participam da campanha a supermodelo Shalom Harlow e Valentina Sampaio, que em 2019 se tornou a primeira modelo abertamente transgênero a trabalhar com a marca.
“Um dia sonhei, trabalhei muito para conseguir e hoje realizei um sonho”, escreveu Jirau, que desenha a linha Alavett, no Instagram.
Em 2020, a Gucci escolheu Ellie Goldstein, modelo com síndrome de Down, como rosto de sua campanha de beleza.
Os itens da coleção “Love Cloud” estão disponíveis em seis estilos e várias cores. Embora os tamanhos de sutiã oferecidos pela marca variem de 32A a 40DDD, eles ficam aquém das opções de tamanho disponíveis em marcas como Savage X Fenty, de Rihanna, Skims, de Kim Kardashian, e Nubian Skin. Estas marcas conseguiram oferecer uma gama mais ampla de tamanhos e tons de pele, muitas vezes contrastando com um padrão muito mais restrito de beleza feminina difundido pela Victoria’s Secret.
Raúl Martínez, diretor criativo da marca, disse em comunicado que a coleção representa “um momento importante na evolução da marca” e “uma parte importante do novo padrão da Victoria’s Secret que está sendo criado”. Decisão faz parte do movimento da Victoria’s Secret para reavaliar sua imagem, que decidiu deixar para trás as chamadas “Angels” que a definiam no passado.
Atualmente, a Victoria’s Secret busca acompanhar o ritmo da indústria da moda usando modelos que representem maior diversidade. A Savage X Fenty tem trazido modelos grávidas em seus desfiles, assim como a modelo Lyric Mariah, que perdeu parte de seus membros, nas imagens da campanha. A Skims, avaliada em US$ 3,2 bilhões, trabalhou com atletas paralímpicos. Há anos as marcas independentes vem oferecendo produtos a comunidades carentes, como a população LGBTQ+.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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