Seis países africanos receberão tecnologia da OMS para fabricar vacinas

Egito, Quênia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia poderão fabricarão as próprias vacinas de mRNA

Países africanos deixarão de depender das grandes farmacêuticas e receberão todo o know-how para fabricar vacinas
Por Andy Hoffman
18 de Fevereiro, 2022 | 12:32 PM

Bloomberg — A Organização Mundial da Saúde declarou que seis países da África receberão tecnologia para produzir vacinas de mRNA contra covid-19 como parte de seu programa de hubs de vacinas que contorna os principais produtores das vacinas, incluindo a Moderna (MRNA) e a Pfizer (PFE).

Egito, Quênia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia foram aprovados como os primeiros destinatários da iniciativa, que visa conceder aos países africanos as ferramentas e o know-how para produzir suas próprias doses, disse a OMS.

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O programa de hubs de vacinas de mRNA da OMS planeja produzir doses por conta própria usando uma receita formulada a partir de informações publicamente disponíveis acerca de vacinas existentes. O continente africano está atrasado nas taxas de vacinação em relação a Europa e América do Norte, pois os países mais pobres lutam para garantir suas doses ao passo que os mais ricos acumulam vacinas.

As vacinas que serão produzidas no âmbito do programa ainda não foram aprovadas pelas autoridades de saúde; o processo pode levar mais de um ano. A OMS afirmou que o programa pode ser expandido para além das vacinas contra covid-19 para oferecer aos países da África a capacidade de produzir seus próprios medicamentos sem depender de grandes empresas farmacêuticas na Europa e nos Estados Unidos.

Os destinatários foram revelados em um evento na sexta-feira (18) em Bruxelas que incluiu funcionários da OMS, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, bem como o presidente francês Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

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“A pandemia de covid-19 mostrou que depender de algumas empresas para obter bens públicos globais é limitante e perigoso”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

Os fabricantes de vacinas enfrentaram críticas de autoridades de saúde pública e de alguns líderes governamentais por não compartilharem suas fórmulas e patentes para vacinar mais pessoas contra o vírus, que já matou mais de 5 milhões de pessoas.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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