São Paulo — O grupo financeiro Itaú Unibanco (ITUB4) abriu um PDV (programa de desligamento voluntário) para todas as empresas do conglomerado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco nega que a intenção seja reduzir pessoal, fechar agências e diz que a medida atinge quem está prestes a se aposentar e que o PDV foi um pedido desse público, de olho nas vantagens oferecidas pelo programa.
Em comunicado divulgado hoje ao mercado, a instituição financeira diz que o PDV começará a receber adesões a partir do final do mês de março de 2022.
“O programa envolve um grupo restrito de colaboradores elegíveis e tem como objetivo dar aos interessados em deixar o banco a oportunidade de uma transição de carreira segura”, diz o banco.
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Para aderir ao programa, os colaboradores devem se enquadrar em um ou mais critérios como: estar afastados por um período superior a 30 dias, ter mais de 60 anos e atuar em determinados cargos em áreas que terão sua estrutura adequada à realidade do mercado, segundo o comunicado.
A adesão ao PDV é voluntária e oferecerá pacotes que incluem o pagamento de salários adicionais e a manutenção de alguns benefícios por período determinado, diz o Itaú-Unibanco, sem dar detalhes.
“Após o encerramento do período de adesão, os impactos financeiros e o número de funcionários que tiveram aderido ao PDV serão divulgados ao mercado”, afirma.
Digitalização
O anúncio do PDV do Itaú ocorre em um momento em que o setor bancário em geral fecha agências físicas e acelera a transformação digital para reduzir custos fixos e competir com as enxutas fintechs. A pandemia da covid, como a onda de casos da variante ômicron, também pesou nesse contexto das instituições financeiras, provocando afastamento de funcionários por motivos de doença.
Nos dois primeiros anos da pandemia da covid (2020 e 2021), o Brasil perdeu quase 12% do total de agências bancárias. Foram 2.324 unidades que fecharam, segundo dados do Banco Central.
O Itaú Unibanco ocupa o quarto lugar no ranking das instituições com maior rede de agências no país. Em novembro do ano passado, eram 2.853 agências, atrás do Bradesco (2.943), Caixa Econômica Federal (3.372) e Banco do Brasil (3.979).
O grupo lucrou R$ 26,879 bilhões em 2021, crescimento de 45% em relação ao ano anterior (R$ 18,536 bilhões), graças ao crescimento da margem financeira com clientes, maior volume de crédito e da mudança de mix de produtos, com maior crescimento relativo de produtos com melhores spreads. Houve ainda o aumento das receitas de prestação de serviços em razão da melhora na atividade econômica e do consequente crescimento das receitas com cartões.
A relevância dos meios digitais na atração e atendimento dos clientes do banco segue em ascensão. No quarto trimestre de 2021, 63% das contratações de produtos por pessoas físicas foram realizados digitalmente.
O banco digital do grupo, o iti, ultrapassou a marca de 14,6 milhões de clientes, sendo 4,7 milhões apenas no quarto trimestre de 2021, dos quais 86% não tinham relacionamento prévio com o banco.
Já a Itaúsa, holding de investimentos do grupo, teve lucro de R$ 12,2 bilhões, maior resultado de sua história, um crescimento de 73%. O resultado foi atribuído ao bom desempenho de todos os negócios, principalmente do Itaú-Unibanco, Alpargatas e Dexco, que também registraram crescimento recorde.
(Atualiza às 14h20 com comentário da assessoria de imprensa do Itaú)
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