Ibovespa opera no vermelho com Rússia acionando cautela global

Os EUA informaram que até 7 mil soldados russos foram adicionados aos mais de 100 mil já próximos às fronteiras com a Ucrânia

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) abriu a sessão desta quinta-feira (17) em queda, seguindo os mercados acionários no exterior, que voltaram a assumir posição de cautela hoje. Os Estados Unidos informaram que até 7 mil soldados russos foram adicionados aos mais de 100 mil já próximos às fronteiras com a Ucrânia, rejeitando declarações russas de que teriam começado a retirar algumas das tropas do local.

As observações de autoridades dos EUA seguiram comentários anteriores do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, de que não há provas de retirada de contingente militar e que a Rússia parecia estar mantendo sua presença no local.

O Kremlin negou a informação e afirmou que mais tropas estavam retornando às suas bases depois que algumas manobras terminaram na Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.

  • O Ibovespa caía 0,19%, a 114.964 pontos, perto das 10h35
  • O papel da Vale (VALE3) era o maior peso negativo do índice e a maior queda percentual
  • O dólar subia 0,18%, a R$ 5,14, assim como os vencimentos dos juros. O DI para janeiro de 2023 subia de 12,375% para 12,425%
  • Nos EUA, o futuro do Dow Jones caía 0,39%, do S&P 500, 0,49%, e do Nasdaq, 0,61%

Contexto

As oscilações mais recentes mostram que “os mercados de ações ainda são vulneráveis a riscos geopolíticos relacionados à Ucrânia-Rússia”, disse Lee Jaesun, analista da Hana Financial Investment, à Bloomberg News.

Essas preocupações com a Ucrânia ofuscaram a última ata do Fed, divulgada na véspera (16), em que os membros do Fomc concluíram que começariam a aumentar as taxas em breve e estavam em alerta para uma inflação persistente que justificaria um aperto mais rápido. Havia poucos detalhes novos sobre os próximos planos.

Veja mais: Fed divulga ata da última reunião e mercado busca pistas

Os investidores esperam pelo menos 150 pontos-base de aperto do Fed em 2022 - acima dos 75 pontos-base há apenas algumas semanas - para combater as pressões de preços. A preocupação é se o pivô do estímulo da era da pandemia reduzirá o crescimento econômico e injetará mais turbulência nos ativos.

“O mercado continuará bastante volátil até que certas questões sejam esclarecidas - por exemplo, como esses aumentos de juros serão definidos daqui para frente”, disse Marcella Chow, estrategista de mercado global do JPMorgan Asset Management, à Bloomberg Television.

(Com informações de Bloomberg News)