Bloomberg — A Rússia insiste que está empenhada na diminuição das tensões com a Ucrânia, mas ainda não convenceu as lideranças do Ocidente.
Há mais rodadas de conversas entre diplomatas do alto escalão, mas ao mesmo tempo as autoridades trabalham em um pacote de sanções para dissuadir o presidente Vladimir Putin de uma escalada no conflito. O Kremlin nega ter planos de invadir a Ucrânia e classificou os avisos da Casa Branca sobre a iminência de uma ação militar como “histeria”.
Diante da mais grave crise de segurança na Europa em décadas, os líderes se recusam a acreditar totalmente na afirmação da Rússia sobre a retirada de tropas. Os investidores aderiram ao ceticismo. O rublo desabou, enquanto os ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro americano e o iene, se valorizaram.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, rejeitou as alegações de Moscou sobre a retirada de tropas da fronteira com a Ucrânia e afirmou que a Rússia trouxe mais 7.000 soldados para a região. Funcionários da Casa Branca conversaram com repórteres em Washington na quarta-feira sob condição de anonimato, mas não apresentaram provas que sustentem essa afirmação.
O secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, concordou com a avaliação dos EUA.
“Acho que vimos o oposto de algumas das declarações, vimos um aumento de tropas nas últimas 48 horas, até 7.000, vimos uma ponte construída na Belarus para a Ucrânia ou perto da Ucrânia”, disse ele a repórteres na quinta-feira em Bruxelas.
A Ucrânia sofreu na terça-feira um ataque cibernético por agentes não identificados que configurou a mais demorada negação de serviço distribuído (ataque conhecido pela sigla em inglês DDoS) já enfrentada por Kiev.
A Rússia negou as alegações dos EUA de que estava direcionando mais tropas para a fronteira. A Interfax noticiou nesta quinta-feira que outro trem carregado com equipamento militar de unidades do Distrito Militar do Sul partiu da Crimeia após a conclusão de exercícios no local.
“A declaração sobre 7.000 é tão falsa quanto aquelas sobre um ataque em 15-16 de fevereiro”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, em uma mensagem de texto enviada na quinta-feira, se referindo a relatos anteriores de autoridades dos EUA sobre a possibilidade de a Rússia invadir a Ucrânia esta semana.
Na terça-feira, Putin deixou claro que a ordem foi apenas para um recuo “parcial” e sugeriu que um retorno completo dos soldados à base dependeria do andamento das negociações com o Ocidente.
Nesse clima de desconfiança, autoridades e diplomatas da Europa estão seguindo uma rota dupla de diplomacia e dissuasão, discutindo refugiados e outras contingências, como alternativas ao gás russo.
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