Breakfast

‘Animação cautelosa’ com a bolsa

Também no Breakfast: Mercado se retrai ante incertezas geopolíticas e expectativas sobre juros; Ocidente age com cautela após alegações russas e Guardiões da economia mundial falam sobre covid, inflação e impostos

17 de Fevereiro, 2022 | 06:43 AM
Tempo de leitura: 5 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Com um ambiente de maior aversão ao risco, pautado nas tensões externas, risco fiscal e eleições no Brasil no horizonte próximo, investidores têm optado por se manter cautelosos em suas apostas na renda variável.

Isso porque, embora as perspectivas sejam de alta para a bolsa, gestores têm ampliado as proteções na carteira de forma a evitar eventuais perdas à frente. É o que mostra pesquisa do Bank of America (BAC) com gestores de recursos divulgada esta semana.

Segundo o levantamento referente a fevereiro, cresceu de 32% para 57% o percentual de investidores que veem o Ibovespa (IBOV) encerrando o ano negociado acima dos 120 mil pontos. A estimativa implica potencial de alta de 4,5% para o índice ante o fechamento do pregão de terça-feira (15).

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Com os olhares nas eleições, contudo, metade dos participantes da pesquisa disseram incluir proteções ao portfólio e apenas 23% estão adicionando mais exposição ao risco.

• Leia mais: Gestores veem Ibovespa em 120 mil, mas ampliam hedge contra eleição

Pesquisa do BofA mostra que apenas 23% estão adicionando mais exposição ao risco

Na trilha dos Mercados

A geopolítica volta à cena como a principal variável de análise dos mercados. Porém, passada a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), isso não quer dizer que a política monetária perdeu importância. Ao contrário, o tema continua quente e imperativo para os mercados.

🗞️ No news, good news

A minuta da reunião de política monetária do Fed, apresentada ontem, veio sem surpresas, o que supôs uma boa notícia para muitos e até ajudou no fechamento das bolsas.

Permanece a percepção de que “em breve” o Fed deverá começar a subir os juros, como foi indicado pelo próprio banco central. Controlar a inflação se tornou sua prioridade. Sobre o plano para redução de seu balanço patrimonial, que consistiria em não renovar a dívida em vencimento, não foram fornecidas novas pistas. Atualmente, o balanço do Fed está no nível recorde de US$ 8,9 trilhões.

🏦 Os BCs têm a palavra

Contudo, esta semana termina com vários pronunciamentos de lideranças de bancos centrais mundiais, o que poderia trazer algum ruído ao mercado financeiro. Além disso, hoje o Banco Central Europeu (BCE) divulga seu boletim econômico, um elemento mais para os investidores traçarem suas conjeturas sobre o trinômio Economia + Inflação + Taxas de juros.

🧐 Sim ou não?

A geoestratégia envolvendo Rússia, Ucrânia e as principais lideranças mundiais continua gerando contradições e incertezas. Os Estados Unidos informaram que até 7 mil soldados russos foram adicionados aos mais de 100 mil já próximos às fronteiras com a Ucrânia, refutando as declarações russas de que teriam começado a retirar algumas das tropas do local. O Kremlin nega a informação.

Um panorama dos principais mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,16%), S&P 500 (+0,09%), Nasdaq (-0,11%), Stoxx 600 (+0,04%), Ibovespa (+0,31%)

As bolsas norte-americanas frearam o ritmo de queda em uma sessão bastante volátil. A ata do Fed, que não produziu surpresas nem sobressaltos, ajudou a melhorar o apetite por risco. Por outro lado, notícias contraditórias sobre a retirada das tropas russas da fronteira ucraniana lançaram nova onda de incertezas.

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Construção de Casas Novas, Licenças de Construção/Jan, Pedidos semanais iniciais de Seguro-Desemprego, Estoque de Gás Natural

• Europa: Boletim econômico do Banco Central Europeu; Espanha (Balança Comercial)

• Japão: IPC Nacional (Jan)

• Bancos centrais: Discursos da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, e do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard. Grupo de 20 ministros das finanças e governadores de bancos centrais se reúnem online e presencialmente na Indonésia 

• Balanços do dia: Walmart, Airbus, Nestlé, Alibaba, Repsol, entre outros

• Na América Latina: Brasil (Reunião do Conselho Monetário Nacional - CMN); Colômbia (governo lança linha de crédito para o agronegócio)

📌 E para o resto da semana:

• Termina a reunião G-20 de ministros e dirigentes de bancos centrais

• Fórum de Política Monetária dos EUA: palestrantes incluindo funcionários do Fed Charles Evans, Christopher Waller e Lael Brainard

Destaques da Bloomberg Línea

Bolsonaro e Putin anunciam cooperação em sustentabilidade

NBA quer que Nova York mude legislação para permitir jogador não vacinado

Ucrânia: Autoridades ocidentais agem com cautela após alegações russas

Guardiões da economia mundial falam sobre covid, inflação e impostos

Também é importante

Em dezembro, o BNDES começou a se desfazer de ações da JBS e levantou R$ 2,7 bilhões, também por meio de um ‘block trade'

• BNDES vende R$ 1,9 bilhão em ações da JBS em bloco: Fontes. O BNDES vendeu 50 milhões de ações da JBS por R$ 37,52 cada em bloco nesta quarta-feira (16), segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

BTG quer Esteves à frente do conselho seis anos após crise de reputação. André Esteves, o bilionário fundador da Banco BTG Pactual, tenta recuperar um cargo chave que perdeu há mais de seis anos, quando um escândalo quase derrubou o banco. O BTG pediu aos acionistas que reconduzissem Esteves como presidente do conselho em sua reunião de abril, de acordo com comunicado.

Cotação do petróleo chega a US$ 100 sem indício de pausa na escalada. Esqueça o mercado de futuros, o preço do petróleo mais importante do mundo acabou de ultrapassar US$ 100 o barril, com sinais de que avançará mais. O Brent “datado”, ou “Dated Brent”, o preço das cargas compradas e vendidas no Mar do Norte, chegou a US$ 100,80 o barril nesta quarta-feira (16) pela primeira vez desde 2014, segundo a S&P Global Platts.

• Lula faz apelo a empresários contra privatização da Eletrobras. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) opôs-se publicamente à privatização da Eletrobras. Lula fez um apelo aos “empresários sérios” para que não entrem num processo de privatização da companhia em ano eleitoral.

Opinião Bloomberg

Os mercados não sabem valorizar a paz

É sempre complicado negociar em cenários de guerra em potencial. Avaliar qualquer possível efeito negativo – bem como sua magnitude – nunca é simples. Mas o outro lado também é real. Se a situação da Ucrânia melhorar, não haverá uma reversão organizada das oscilações recentes do mercado. As coisas continuarão complicadas se a Rússia se acalmar.

O que torna o problema particularmente confuso é que os ativos de refúgio óbvios – como o dólar e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos de curto prazo – não foram necessariamente positivos para investidores durante a crise. O dólar, o iene e o franco suíço sofreram quedas. O ouro se saiu bem, mas não de forma espetacular, principalmente em comparação com os metais de uso industrial.

Pra não ficar de fora

Heineken disse que continua visando margem operacional de 17% em 2023

A Heineken alertou que está enfrentando a pior inflação em uma década e disse que os consumidores podem reduzir o consumo de cerveja, ameaçando a recuperação da pandemia.

🍺  A cervejaria disse que aumentará os preços de sua cerveja em valores “corajosos” para compensar a alta dos custos de matéria-prima e energia e as taxas de envio. É provável que isso prejudique a demanda por cerveja nas famílias já afetadas pelo aumento do custo de aquecimento, alimentos e roupas.

🔴 A Heineken adiou a atualização de seu guidance para 2023 até o final do ano, em meio à crescente incerteza sobre o crescimento econômico e a inflação. É a mais recente empresa de bens de consumo a alertar sobre o impacto do aumento dos preços.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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